O INATI tem como missão criar condições para que o mercado se desenvolva através da disseminação de informação, no fomento a pesquisa, na formação de profissionais, na preservação da história e no reconhecimento dos profissionais que atuam na Natação Infantil.
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ABPNI
Academia Brasileira de Profissionais de Natação Infantil
A ACADEMIA BRASILEIRA DE PROFISSIONAIS DE NATAÇÃO INFANTIL – ABPNI – diferente do senso comum, que associa a palavra academia a local de atividade física, busca o significado mais acadêmico do termo. Ela baseia-se no sentido estabelecido por ocasião do RENASCIMENTO e do movimento HUMANISTA, conforme relata PETER BURKE em seu livro “UMA HISTÓRIA SOCIAL DO CONHECIMENTO”:
“Os HUMANISTAS desenvolviam suas idéias na discussão, mas essas discussões tinham lugar fora do ambiente das universidades, onde grupos estabelecidos há mais tempo tendiam a hostilizar às novas idéias; ocorriam em academias, inspiradas em Platão, mais formal e duradoura que um círculo de amigos, mas menos formal que um departamento universitário, era a forma social ideal para explorar a inovação…”
A ABPNI tem como MISSÃO: Identificar e disseminar, permanentemente, as melhores práticas, conceitos e ferramentas da natação infantil no país, cuidando para que seu exercício se faça em total consonância com os princípios fundamentais da ética, e respeito aos direitos do cidadão.
A ABPNI tem como VISÃO: fazer da natação infantil uma prática que proporcione o melhor para a saúde física, mental e emocional das crianças auxiliando os profissionais para que compreendam a sua verdadeira abrangência.
A Academia Brasileira de Profissionais de Natação Infantil é uma iniciativa e propriedade intelectual do INATI – Instituto de Natação Infantil, institucionalizada em março de 2011.
Diretrizes
1. A ABPNI – ACADEMIA BRASILEIRA DE PROFISSIONAIS DE NATAÇÃO INFANTIL compõe-se, de membros efetivos e fundadores.
2. Os 11 membros indicados pelo conselho do INATI serão reconhecidos como membros fundadores. Os membros efetivos serão indicados por profissionais do setor e deverão ser aceitos, por maioria simples, em eleição com a participação de todos os membros.
3. A ABPNI terá até 40 membros, sendo 11 fundadores e 29 efetivos. O preenchimento das vagas dos efetivos deverá ser feita com entrada de, no máximo, 4 membros por ano. Não há a obrigatoriedade da eleição de novos membros anualmente. Quando as 40 vagas forem preenchidas, somente haverá substituição em caso de vacância. Os membros que por ventura substituírem membros fundadores serão empossados como membros efetivos.
Livraria
A ABPNI - Academia Brasileira de Profissionais de Natação Infantil organizou dois livros especiais para você amante da natação!
Conheça o histórico profissional
de cada Acadêmico
Iniciei minha carreira de professor de natação aos 16 anos (1969) ministrando aulas de natação no Bonsucesso Futebol Clube (Rio de Janeiro). Trabalhei a partir do ano de 1970 no Olaria Atlético Clube (aula e treino) até o ano de 1974 onde ingressei no Clube de Regatas Vasco da Gama por três meses (treino de natação) sendo convidado a iniciar o trabalho no Clube de Regatas do Flamengo (treino de natação). Durante minha estada no Flamengo, pude ministrar aula de natação na Sociedade Hípica Brasileira.
Minha prática era baseada nas informações de meus técnicos. Jamais tive uma iniciação pedagógica para ministrar aula. Tudo o que fazia, baseava-se em o que via dos meus treinadores e imaginava realizando com as crianças.
O método (se é que posso chamar assim) consistia em:
-Propulsão das pernas na borda;
-Propulsão das pernas com a prancha (madeira);
-Respiração geral (rosto para baixo e para cima soltando o ar pela boca e nariz);
-Realizar a propulsão das pernas e respiração com a prancha;
-Braçada alternada de pé;
-Braçada alternada com respiração geral e propulsão das pernas;
-Iniciação da respiração específica (lateral);
-Realização do nado crawl completo.
-Após este estágio, é que iniciava os outros nados pela sequencia: (costas, peito e borboleta).
Não havia música, porém tenho a recordação de utilizar a figura de personagens infantis para a realização da propulsão das pernas a fim de variar a forma de entendimento das crianças. Elas faziam o mesmo exercício, porém como era um personagem diferente a cada aula, realizavam a propulsão como se fosse à primeira vez.
Utilizava também a estratégia de vir de bermuda para a piscina e dependendo da cor da meia que calçava com o tênis, as aulas seriam mais suaves ou mais fortes quanto ao número de repetições. A expectativa que isto criava era fantástica nas crianças.
Desde esta época tinha a convicção da utilização da fantasia para o ensino da natação para crianças.
Pude notar da importância que elas, mesmo naquela época, davam a figura do professor e consequentemente a vinculação delas a nossa forma de ser.
Quanto mais o professor era dedicado mais os pais tinham tranquilidade em deixar seus filhos nas aulas de natação.
Nos dias atuais, refletindo o que se passou, vejo que faria tudo igual, apenas com mais estratégias lúdico educativas.
(Há seis meses, tive o prazer de me comunicar com uma dessas alunas do Olaria Atlético Clube e recebi a informação de ter sido as nossas aulas um fator fundamental para a vida que escolheram, a disciplina pela área profissional, etc.)
Alberto Bernardo Klar
Filha de português Bernardino Isidro Gonçalvez e da descendente de espanhóis Lourdes Morales Gonçalvez, nascida em São Paulo, em 14 de outubro de 1.952.
Sua formação básica se deu com o antigo primário, ginasial e clássico, em escolas públicas e conceituadas da época (de 1959 a 1970).
Nesse período, paralelamente, praticou sua sensibilidade nos estudos de música, cursando 9 anos de piano clássico, mais 3 anos de consertismo, concomitantemente aos 6 anos de acordeon e 3 anos de violão.
Muito jovem (12 anos) já exercia a licenciatura musical dando aulas de piano para sustentar seus estudos, já que seu sonho era ser professora e a carreira educacional era seu projeto de vida profissional.
Optou por Letras (Língua e Literatura Portuguesa e Francesa), cursando a UNIFAI e concluindo essa graduação em 1974.
Com essa bagagem exerceu o ensino público (disciplina de Língua Portuguesa e Língua Francesa) de 1974 a 1986.
Casou-se com o cirurgião dentista, Pedro Velasco dias, em 1974, que foi o seu grande incentivador na conquista de uma formação acadêmica.
Desse relacionado que se estende desde 1974, nasceu Rogério, em 1976 e Lenadro, em 1980.
Estes filhos queridos seguiram a carreira profissional do pai, na área da odontologia (Rogério e Leandro) e medicina (Leandro).
Sua busca por realização profissional percorreu também a Pedagogia, cujo curso também fez na UNIFAI, com as especializações em Administração, Supervisão e Organização Educacional (1981).
O caminho que já se definia com um “olhar especial” seguiu na especialização em Psicomotricidade em 1985, pelo GAE.
Para concretizar seus projetos, fundou em 1984 a FLECHINHA – Natação e Cursos, uma escola de natação voltada a “uma nova forma de aprender segundo a psicomotricidade” e ali iniciou seu exercício terapêutico com as Terapias Psicomotoras na Água.
Complementando seus conhecimentos participou de cursos de educação física e medicina, em disciplinas afins para as suas necessidades práticas (atuar em piscina com deficientes).
Buscou formação internacional (Portugal, Argentina e França) na área da Psicomotricidade e se titulou como especialista na Sociedade Brasileira de Psicomotricidade em 1993, sob número 51 e se titulou especialista em 2001, nessa mesma SBP-RJ.
Suas experiências de sucesso, junto às pessoas com necessidades especiais foram publicadas em seu primeiro livro, editado pela Editora Harbra, em 1993: “Habilitações e Reabilitações Psicomotoras na Água”, que retrata sua técnica terapêutica aquática e psicomotora.
Inovou o ensino da natação, no país, publicando seu segundo livro, pela Editora Sprint, com a colaboração de parceiros de sua equipe profissional da FLECHINHA, em 1994: “Natação Segundo a Psicomotricidade” , que apresenta sua proposta de ensino através da exploração de vivências corporais, com duas edições esgotadas.
Fez nascer uma brinquedoteca, dentro da FLECHINHA, inovando um espaço aquático para o brincar, e de sua relação com as crianças, surgiu seu terceiro livro: “Brincar O despertar psicomotor”, publicado em 1996, pela Editora Sprint, onde relata a importância do brincar na infância, como processo de aprendizagem.
Para começar a trabalhar com natação de bebês que é o que interessa, tive que me preparar com o que havia na época (quase nada). Algumas notícias que em alguns países já existiam trabalhos com os pequeninos na água e pesquisas que objetivavam verificar os benefícios que a atividade traria aos recém nascidos. Vale destacar os trabalhos e experiências desenvolvidas por Mirtle Mcgraw (1939) Lieselot Diem (1967) Virginia Hunt Newman, Jacques Valet (1979), Claire Timmersmans entre outros.
Em 1976 e em 1978 junto com professores de todo Brasil, representados pelos estados, fizemos cursos patrocinados pelo MEC, em Salvador e Vitória, com os professores Klaus Daniel (diretor do Schwimmen Zentrum) e Kurt Wilkie (vice reitor) da DSHK (Deustchsporthochschuleköln), de Colônia Alemanha onde soubemos do trabalho com bebês lá desenvolvido pela professora Lieselot Diem. Depois tive a oportunidade de ficar 24 dias na DSHK (em 1984) na Alemanha e verificar “in loco” o trabalho que lá realizavam e visitar a profª Diem em sua casa.
Comecei trabalhando com crianças a partir de 6 anos no Clube do Golfinho, com nadadores maiores na Escola Técnica e coordenando a maior colônia de férias da época (janeiro 1971) do Colégio Estadual do Paraná, que também tinha natação
Em agosto de 1979 dei início ao trabalho da Escola de Natação Amaral com uma piscina onde as crianças eram de 5 anos em diante. Na primeira aula percebi a necessidade de fazer uma piscina mais adequada e 3 meses depois começou a funcionar. Portanto em novembro de 1979 já tínhamos a segunda piscina, com degraus, rampa, corrimão, tudo adaptado para trabalhar com crianças de 4 a 6 anos. No ano seguinte começamos o trabalho com bebês em uma terceira piscina ainda mais especial, com degraus, platô, rampa, corrimão e uma área mais funda onde os pais e os professores podiam se movimentar com mais conforto.
Na época fui buscar mais subsídios, visitando as escolas do Mauri Fonseca e do prof. Alceu Vaz (Nadebem) em Porto Alegre, do prof. Élio Becker em Novo Hamburgo, de Salvador Filizete e Mori (Mori Jr) em São Paulo, tudo em 1979. Fiz também no mesmo ano um curso com Airton Leite que é do Rio de Janeiro mas que foi realizado em Porto Alegre e organizado pelo Prof. Alceu Vaz. Continuei comprando tudo que encontrava de livros, lendo artigos, participando de cursos e fazendo viagens pontuais a centros de natação até desenvolvermos uma metodologia própria que até hoje é enriquecida com a contribuição de todos os professores que atuam nesta piscina.
A Escola de Natação Amaral trabalha com bebês desde outubro de 1980 e acreditamos que realizamos um trabalho importantíssimo para o desenvolvimento integral e harmonioso de nossas crianças.
Contamos hoje com 7 piscinas que desenvolvem trabalhos específicos para cada atividade e faixa etária.
Trabalhei ainda como professor universitário na disciplina de natação na antiga Escola de Educação Física e Desportos do Paraná (1971 à 1976) que depois foi incorporada pela Universidade Federal do Paraná, onde fiquei até 1991 (1976 à 1991). Fui ainda o primeiro professor da disciplina de natação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná em 1980.
Ser um dos acadêmicos muito me honra e gostaria de ser mais útil nesta missão.
Meu amor pela água perdura até hoje.
Fui atleta de natação do Clube de Regatas Tietê, onde nadeis dos 7 até os 14 anos.
Aos 15 anos fui chamada para auxiliar nas aulas de natação infantil ( crianças de 3 a 4 anos ) e foi amor a primeira vista. Nunca mais deixei de conviver com seres tão especiais que são os pequenos e a água sempre foi o instrumento que mais me atraiu nessa convivência.
Por conta de gostar tanto de esportes prestei vestibular e entrei na Escola de Educação Fisica da Universidade de São Paulo (EEFUSP), onde continuei nadando pela USP e auxiliando nas aulas de natação.
Formada em 1979, fui trabalhar com diversos segmentos da Educação Fisica ( Hotéis, Acantonamentos, Condominios, Escola Particular ( Colégio Assunção S. P ), Escolas de Natação ( Tuim/Freeway, Rush Sports Todas em S.P).
Em 1989, estava trabalhando na academia RAIA 4 ( Itaim SP) quando resolvi ir fazer um curso nos EUA ( certificação da AEA ) estimulada pela professora Merces Nogueira Paulo.
Voltando dessa certificação animada com as novidades da hidroginástica, resolvi formar uma turma de natação sómente com gestantes onde as aulas de natação tinham também exercicios de hidroginástica o que motivava muito as grávidas a continuarem a
fazer a atividade aquática.
Em 1994 fui convidada pelo fisioterapeuta João Douglas Gil para ir trabalhar com ele no Hospital e Maternidade Santa Joana desenvolvendo um trabalho especifico na Unidade de Hidroginástica para Gestantes. Permaneci na Unidade de 1994 a 2002, desenvolvendo em paralelo o trabalho de pós parto e a natação de bebês de 6 meses até 3 anos.
Introduzi o trabalho com gestantes, pós parto e bebês em diversas academias de S.Paulo, tais como ( PROJETO ACQUA, RUSH SPORTS), e dando consultorias e cursos em todo o Brasil.
Em 1997 fui estimulada por alguns amigos e escrevi o livro NATAÇÃO PARA GESTANTES ed. Icone.
Em 2003 fui convidada por Amilcar Pappiani a fazer parte da equipe de uma academia em Perdizes que seria ainda inaugurada como Coordenadora Técnica. Essa academia chama-se Sumaré Sports, fica em Perdizes/SP, e atuo nela até hj como Coordenadora
Técnica do departamento Aquático.
Temos um espaço muito interessante destinado ao trabalho com bebês e natação infantil, uma piscina de 10×8 mts onde a borda toda é um aquário com peixes de água doce, que facilitam bastante a adaptação e o trabalho com as crianças.
Na minha formação tenho Pós Graduação em Fisiologia ( UGF) , curso de especialização em Psicomotricidade (USP), MBA em gestão de pessoas ( UGF).
Na minha história de profissional, tenho ministrado cursos em todo o Brasil, Portugal, Argentina e Espanha, sempre desenvolvendo o tema Gestantes, e Natação de Bebês.
Meu objetivo sempre foi desenvolver nas crianças um profundo amor a água, onde sintam prazer em realizar atividades que terão papel importante no seu desenvolvimento geral, seja motor, cognitivo e principalmente mental e social.
Atualmente a formação de profissionais que trabalham com bebês e natação infantil também tem sido uma meta, que tenho desenvolvido com muito prazer e dedicação.
Aos 17 anos decidi, então, prestar vestibular para Educação Física na UFMA (Universidade Federal do Maranhão) direcionando, assim, grande parte dos meus estudos para crianças e a área da natação. No segundo período do Curso, o Colégio Batista, minha antiga escola, onde cursei o ensino fundamental e médio, e também disputei torneios e campeonatos como atleta de natação, contratou-me para dar aulas de natação infantil.
Na UFMA, fui monitora de natação por quatro períodos. Fiz parte da 1ª turma de Pós-Graduação em Ciências do Esporte e, anos depois, retornei como professora das disciplinas de natação I, II e III no Curso de Graduação.
Fui apresentada à Psicomotricidade, na década de 1970, quando meu pai retornou de um curso do Rio de Janeiro com o professor francês, Jean Le Bouche. Após ter apreendido o quão revolucionário era o conceito e a aplicação da disciplina, prof. Dimas reforçava, todos os dias, o uso da Psicomotricidade nas nossas aulas.
Ao me formar em 1982, recebi, de imediato, o convite para participar da criação e organização da Divisão de Educação Física da Secretaria deEstado, pois fui indicada para coordenar um programa, de grande alcance, cujo objetivo visava capacitar e atualizar profissionais para atuarem na área de Educação Física infantil. Porém, 2 anos depois decidi deixar o cargo, uma vez que eu e meu ex-coordenador de Educação Física do Colégio Batista, professor Osvaldo Telles (meu marido), decidimos empreender em um novo projeto de vida profissional, fundar a Viva Água, ( 1ª Escola de Natação do Maranhão).
O nome da escola resultou do forte propósito de oferecer aos bebês e crianças o prazer de vivenciar e explorar as mais variadas e ricas experiências na água. O Projeto deu certo, a Viva Água completou 31 anos e já ensinou mais de 30 mil crianças a nadar. A metodologia implantada e aperfeiçoada ano após ano, é embasada nos teóricos da aprendizagem e da natação.
Em 1994, a convite da Viva Água, e pela primeira vez no Brasil, tivemos a honra de receber em nossas instalações, para ministrar um Workshop Criança & Natação, o pesquisador e Professor de Educação Física da Kent State University, Dr. Stephen Langendorfer, uma das maiores autoridades no ensino da natação para crianças. Tal evento, teve repercussão nacional, uma vez que reuniu profissionais da área de vários estados.
Após ministrar o curso em São Luís, o Dr. Langendorfer surpreendeu-se com o trabalho desenvolvido na Viva Água, pois constatou um diferencial no uso da metodologia da referida escola, quanto ao quesito criatividade e a gama de materiais coloridos usados nas piscinas. Convidou-me, então, para que eu representasse o Brasil como conferencista no 3º Internacional Infant Aquatic Education – WABC, em Melbourne na Austrália/1995.
A oportunidade que Dr Langendorfer me proporcionou de mostrar ao mundo os trabalhos rotineiros da Viva Água, impulsionaram-me a encarar novos projetos e buscar cenários, antes, apenas vislumbrados. Como os que seguem:
Em 1977 mudei para a capital mineira com o objetivo de estudar arquitetura e em 1978 então, voltei aos treinamentos de natação no Olympico Club de Belo Horizonte. Encontrei neste clube uma equipe de profissionais altamente comprometidos com a formação de seus atletas como verdadeiros seres humanos. Vi pela primeira vez a função de treinadores como uma profissão comprometida com a educação. Vi-me pela primeira vez como uma possível profissional de educação física. Insatisfeita e cheia de dúvidas com o curso de arquitetura, optei ao final daquele ano, por fazer novo vestibular, agora para o curso de educação física. O professor Alcione Raposo, a quem sou eternamente grata, foi responsável por uma total mudança em minha vida profissional e pessoal, além de ter contribuído enormemente em minha formação.
No período da faculdade de Educação Física (UFMG- BH- MG), de 1979 a 1982, iniciei o contato com a natação infantil, agora do lado profissional, como estagiária no Olympico Club, posteriormente no Clube Recreativo e finalmente na Academia Focas e Golfinhos. Após me formar, a partir 1982, trabalhei com a natação competitiva como treinadora da equipe de infantis do Olympico Club e também paralelamente, com a aprendizagem de natação para bebês e crianças na Academia Focas e Golfinhos em Belo Horizonte, por 4 anos, até me transferir novamente para minha cidade natal – Uberlândia.
Meu envolvimento com a natação para bebês se deu a partir de um curso realizado em 1982, na UFU (Universidade Federal de Uberlândia) com o professor Sérgio Luiz dos Santos, precursor da Natação Infantil de Minas Gerais. A partir deste curso, iniciei estágio em sua Academia- Focas e Golfinhos de BH, onde permaneci aprendendo e me desenvolvendo na área até 1986. Com o professor Sérgio tive a grande oportunidade de conhecer e iniciar uma vivência profissional com a natação de bebês e pré-escolares, área que se tornou minha grande paixão e motivo de busca de conhecimentos e de construção de uma prática que já perdura por mais de 30 anos. A este profissional também sou muitíssimo grata por me permitir entrar neste mundo encantador dos bebês na água e me auxiliar nos primeiros passos dessa longa caminhada de minha vida profissional. Com ele pude construir a base para o meu vôo próprio.
Ao me transferir novamente para Uberlândia, a partir de 1988 iniciei juntamente com uma irmã, Cláudia Ribeiro da Luz, que também se formara em Educação Física, um trabalho em nossa própria Academia, a Golfinho de Ouro. Ali, iniciamos uma jornada de construção e elaboração de uma metodologia própria para a natação infantil através de um trabalho que se estende até os dias de hoje. Começamos um trabalho com base na prática já realizada e com nossas primeiras “pinceladas” próprias. O trabalho com bebês era individual, mas já valorizava o prazer, a alegria e o gosto de nadar. Brincar ganhava seu significado cada vez maior dentro do trabalho de ensinar e aprender a nadar.
Em 1989, tive a oportunidade de realizar um curso em São Paulo, com o professor José Fontanelli e conhecer a natação de bebês realizada com a presença das mães. Isso imediatamente chamou minha atenção por sua importância na formação do bebê e pelas possibilidades muito mais ricas de relações sócio-afetivas e de exploração de movimentos. A partir daí iniciamos uma mudança em nosso trabalho e passamos gradativamente a oferecer a natação para bebês até 2 anos de idade somente coma presença da mãe.
Nossa metodologia construída e implementada ao longo destes quase 25 anos, está baseada dentre os vários aspectos, no respeito ao grau de maturação da criança, na presença do lúdico e na ampla exploração dos movimentos e de materiais visando formar uma base psicomotora rica e diversificada para o desenvolvimento integral criança.
Muitos autores e estudiosos foram importantes na formação de uma base de conhecimentos para o desenvolvimento de uma metodologia própria, porém dois deles foram muitos marcantes e “divisores de água” em nosso trabalho. Foram eles Beatriz Perez de Ântico e Stephen Langendorfer. Ela, argentina, profissional da “psicomotricidade aquática” com a qual estive pela 1ª vez em 1991, em São Paulo e ele americano, profissional com a visão desenvolvimentista da natação infantil, com o qual realizei curso em 1994, em São Luís do Maranhão.
Paralelo ao trabalho prático, iniciei em 1997 a ministrar cursos na área de natação para bebês e infantil em eventos nacionais como COMAFI (Uberlândia), ENAF ( Poços de Caldas), FITNESS BRASIL (Santos/Goiânia), SANTA MÔNICA FITNESS (Rio de Janeiro), WABC- Brasil (São Paulo), dentre outros. Além disso, ministrei cursos e treinamentos em Academias de diversos locais do Brasil dentre elas: Piraju – Londrina – PR, Amaral – Curitiba – PR, Hidromania – Araxá – MG, Mergulho – Franca – SP e Araxá – MG, Aquática – São José do Rio Preto – SP, Nado Livre – Ribeirão Preto – SP, Aquatop – Rio de Janeiro – RJ e outras,
Fiz parte no período de 1990 a 2000 da equipe acadêmica da Escola de Formação de Treinadores de Natação da FAM (Federação Aquática Mineira)/ UFMG(Universidade Federal de Minas Gerais), como docente da disciplina de Natação de Bebês. Sou co-autora no livro desta Escola Profissional da FAM (Federação Aquática Mineira): Manual do Treinador de Natação – capítulo 6 – Natação para Bebês – Belo Horizonte – Ed. FAM, 1992, 240p.
Tive a oportunidade de estar presente como congressista em inúmeros eventos nacionais relativos à natação e áreas afins e ainda em conferências da WABC- internacional como – México(1997), França(1999),Havaí(2003).Atuei também como palestrante nos eventos internacionais: XIV International Conference USSA (United States Swim School Association) – Monterrey – México (2002); 7º.WABC International Congrees of Aquatic Education – Honolulu-Havaí (2003) e IX Clinica Internacional de Natación – Vera Cruz- México (2004).
Ministrei ainda, aulas em cursos de pós-graduação na disciplina de Natação de Bebês e Infantil de faculdades como Gama Filho, ESEFM e Unifoa. Tornei-me coordenadora de cursos de pós- graduação na área de Educação Física em Uberlândia e região, através da Master Cursos (RJ) com chancela da Unifoa, desde 2002 até a presente data.
Sou membro da Unen (União Nacional de proprietários de Escolas de Natação) desde 1991, participando anualmente de seus encontros, tendo algumas oportunidades de realizar palestras e depoimentos nestes eventos.
Finalmente, desde 2011, tenho a honra e satisfação de ser membro fundador da ABPNI ( Academia Brasileira de Profissionais de Natação Infantil), instituição que visa identificar e disseminar as melhores práticas e conceitos da natação infantil brasileira.
emaniComeço a minha estória ou história na cidade de Piraju Estado de São Paulo no dia 06 de outubro de 1955 na Santa Casa de Misericórdia às 11h30min da manhã como a maioria dos nascidos na época; parto normal filho de Ernani Xavier e Zulma Pastorello Xavier. Ele caçula de sete irmãos filho de uma família de ex-cafeicultores que perderam tudo na queda do café depois do “crack” da bolsa de Nova York, o único com curso superior, cirurgião dentista formado em Ribeirão Preto SP. e que por quarenta e nove anos amou e exerceu a sua profissão. Ela terceira filha de uma família de posses normalista, a profissão das moçinhas da década de 1950, primeira motorista da cidade de Lins e que após o casamento preferiu a vida de mãe e dona de casa a qual exerceu por mais de cinqüenta anos em companhia do esposo. As lembranças dessa época são poucas e estavam guardados na memória dos tios e padrinhos e foram gentilmente cedidos a mim para que pudessem fazer parte desse memorial, fiquei sabendo que nasci com muita fome, que não gostava de dormir e adorava escutar discos na “radio vitrola” passava horas sentado quieto ouvindo música. A chegada de meu irmão Sérgio em 19/11/1957 completou a família pirajuense.
A infância na minha casa
Minha infância em Piraju, como toda infância interiorana, teve muito verde, frutas um quintal de 650 m2. Por conta das minhas pernas tortas até os seis anos de idade dormi entalado, isso mesmo entalado por ordem do ortopedista da época Dr. Godoy Moreira de São Paulo, meu pai enfaixava as minhas pernas todas as noites ia para cama chorando e só me soltava no outro dia pela manhã quando aos berros eu pedia para sair da cama, deve ser por isso que eu odiava dormir como contava o seu Ernani. Durante o dia usava uma “linda bota ortopédica” quer saber como ela era? Assista Forrest Gump!
Os amigos Márcio e o seu irmão Pedrão cuja casa ficava nos fundos da minha era só escalar o muro e pronto já estava lá. Os Catalás (Pacão, Ratão e Molão) peço vênia a eles, pois só me lembro dos apelidos. Quase nunca fui a casa deles o local todas as brincadeiras (pega-pega, esconde-esconde, mocinho e bandido entre outras) era ao redor da minha casa.
O Futebol era jogado em um espaço na lateral em frente à porta da sala, um plano inclinado, que favorecia ao melhor “becão artilheiro” da rua, eu mesmo, destruir toda e qualquer tentativa de ataque do “Time dos Catalás” era só dar um bico na bola que ela tranquilamente estufava as redes dos adversários. Aqui vale lembrar algumas as regras: a) bola era minha; b) duração do jogo 5 vira 10 termina; c) a estratégia era a seguinte sempre atacávamos para cima no primeiro tempo por que venceríamos de vida, na decida é claro, na etapa final; d) em caso de o campo ser plano com uma mangueira no meio, eu jogava no time mais forte só que no gol porque a bola era minha certo e dava mais tempo de os jogadores do meu time destruir os ataques dos adversários … Sempre fui “frangueiro”!
Trilha sonora histórias do Tio Janjão, disco do Carequinha, depois Nelson Gonçalves e Cauby Peixoto.
A escola a educação física a música e o rio Paranapanema
Aos sete anos entrei no primeiro ano primário no Grupo Escolar anexo ao Instituto de Educação Estadual “Coronel Nhonhô Braga”. Isso mesmo não fui à pré-escola D. Julieta foi a minha primeira professora foi ela quem me ensinou as primeiras letras. Do primeiro dia de aula tenho duas lembranças vamos a elas: 1) Meu pai e minha mãe levaram-me até a porta da sala do primeiro ano mandaram que eu entrasse e me comportasse disseram ainda que estariam de volta às 17h00min; 2) na saída para o recreio seguimos em fila indiana até o pátio, sentei-me para o lanchinho preparado pela mamãe, pão com manteiga e suco de limão galego, lá do quintal. A nota cômica; caí do banco quando soou o sinal para entramos em sala, “puta susto”… 17h00min minha mãe estava lá ufa! Daquele dia em diante até o ultimo dia no “Nhonhô Braga” caminhava casa-colégio-casa, e nos dias de chuva? Guarda chuva meu pai não havia comprado o Fordão ano 1936 azul índigo (desbotado) igual aqueles dos filmes de gangster.
Nos quatro primeiros anos de escolarização a educação física era?! Sei lá não tinha isso na minha escola lembro apenas de um dia festivo em que a D. Arlete Gatti, a mãe do Maurício um colega de sala propôs uma chatíssima disputa de “Bola ao Túnel” entre as quatro turmas do prime ano. Dá para imaginar não é? A bola teimava em escapar das minhas mãos e o resultado minha turma em último lugar. Penso que se houvesse o MABC de Henderson & Sugden naquela época o diagnóstico de TDC teria sido fácil.
Findo o quarto ano o primeiro sarrafo passei no exame de admissão estava eu no Ginásio para mais quatro anos de escolarização. Várias “matérias” vários professores as mais amadas por mim: história, francês depois inglês, isso mesmo francês, inglês e a tal da educação física ás 11h00min da manhã… Desmaiei de calor e de fome! As mais odiadas bem a matemática estava lá.
Como a quadra de asfalto era plana e havia mais bolas à disposição da molecada fui para o banco nunca mais mostrei a minha “categoria” em qualquer das duas modalidades, basquete e vôlei só isso nos quatro anos de ginásio. Ainda assim me lembro de uma conversa com meus pais a respeito de minha futura profissão, você leitor tem alguma idéia? Acertou se pensou em Professor de Educação Física e por incrível que possa parecer tive o apoio dos meus pais.
Como atividade complementar aula de música, queria violão ou piano acabei no acordeão como os meus pais queriam. Eu nem agüentava com o peso da sanfona de oitenta baixos meu pai levava e trazia o instrumento de casa para a escola e vice-versa. Permaneci na música por bem uns quatro ou cinco anos aprendi ler partitura e tocar alguns acordes “Sobre as Ondas foi meu único sucesso” a minha frustração foi não aprender piano, até hoje sou apaixonado pelo seu som.
Num verão muito quente lá pela metade da década de 1960 eu e meu irmão o Sérgio fomos apresentados ao nosso professor de natação o mais famoso nadador de Piraju o “Jararaca”, ou melhor, professor Sidney ele teve a responsabilidade e o mérito de nos ensinar a nadar no Panema (Rio Paranapanema). Nunca usei bóia prancha ou qualquer aparato que pudesse me ajudar a flutuar ou aprender a nadar primeiro porque não havia esse material, segundo porque o professor “Jararaca” dizia que isso “viciava”, só sei que aprendemos, tomei alguns goles d’água sim, mas consegui sair do Vezinho local das primeiras braçadas. As primeiras travessias do “Panema”140 metros foram feitas sem o conhecimento dos meus pais assim como primeira incursão á Baia do Judas dois quilômetros rio acima nadando. Elegi o rio como amigo e confidente fiz até um poema para o rio, mas isso não vem ao caso nesse momento.
As primeiras competições
Numa tarde enquanto brincava de “pega-pega” no rio o Dr. Alberto, um engenheiro civil apaixonado por natação, me convidou para tirar um tempo junto com outros meninos que iriam representar o clube em uma competição, fui o segundo mais rápido entre todos os colegas nos 40 metros livre.
Começava assim minha ligação com a natação competitiva. Devia ser o ano de 1966 ou 67, ano em que Piraju ganhou a sua primeira piscina no Iate Clube Piraju formamos uma equipe que participava de competições entre as cidades vizinhas Xavantes, Santa Cruz do Rio Pardo e Ourinhos.
Com treze ou quatorze anos de idade passei a organizar a equipe de natação do “Nhonhô Braga”, pois desde que aprendi a nadar minhas aulas de educação física eram feitas no clube da cidade. Depois que o técnico o “Zé Magro” desistiu do cargo passei a organizar a natação do Iate Clube Piraju também.
Nosso calendário era curto, três competições por ano: uma no aniversário da cidade dia 20 de janeiro a outra no aniversário do Clube em abril e o Campeonato Colegial fase regional no final de maio sempre realizado na cidade de Botucatu frio muito frio!
No ano que não acabou, é isso 1968 fomos classificados para a fase final do Campeonato Colegial em São Paulo piscina 50 metros do Ibirapuera na Semana da Pátria, sem comentários…
Trilha sonora penso inicialmente em Roberto Carlos e o calhambeque, “ie ie ie“ Beatles mais tarde The Who e outros grupos de rock.
Primeira vez em Londrina o Canadá Country Clube virei Piraju
Em 1971 nas férias de verão vim pela primeira vez à Londrina a convite de minha tia Zanda conheci um clube de cidade grande o Canadá Country Clube que possuía uma equipe de natação estruturada comandada pelo Calixto. Para mim foi paixão a primeira vista para o Calixto, nem tanto. Como o Tio Arnaldo era sócio fundador do clube pedi a ele uma ajudinha para treinar com a equipe por uns dias, passei o resto do verão em Londrina treinando pela manhã e a tarde no final das férias voltei para Piraju com a idéia fixa de voltar em julho para treinar mais e mais.
Em 1972 nas férias de verão mais Londrina e treinos o empenho nos treinamentos me valeu um convite, aceito sem pestanejar, ser atleta do Clube Canadá. Desde as primeiras competições tive certo destaque como não me conheciam nem sabiam o meu nome as pessoas perguntavam quem é o nadador? O cara de Piraju; pronto virei Piraju.
Trilha sonora da época rock e mais rock The Who Black Sabbath, Led Zeppelin, Pink Floyd, Jethro Tull, Emerson, Lake & Palmer…
Mudança para Londrina Faculdade Direito e Técnico de Natação!
A única coisa que me machucava era ter que voltar para o “Nhonhô Braga” e treinar sozinho no Iate. Foram tantos os choros e discussões que no início de 1973 mudei-me para Londrina para estudar e treinar. Meus pais e irmão chegam a Londrina em julho do mesmo ano. Fiz o segundo ano colegial no Colégio de Aplicação, que dureza quase que reprovei, fiz o terceiro ano do colegial no Colégio Canadá no final do ano vestibular…
Prestei e passei em Direito. Mas por que Direito? Sempre gostei de línguas você se lembra das aulas de francês e inglês lá do “Nhonhô Braga”, também fiz inglês com a amiga Carol, o plano era prestar o concurso no Instituto Rio Branco queria ser Diplomata, porem vivíamos o período da ditadura militar dos acordos MEC-USAID; AI 5; Decreto Lei 477 perseguições dentro da UEL, um reitor prepotente parente do Coronel Ministro da Educação, o fechamento do DEC e outros bichos.
Em meio a essa turbulência parei de nadar competitivamente e fui trabalhar para não ter que pedir dinheiro em casa para abastecer o Chevetão Branco ano 1975, presente por ter passado no vestibular. Atuei como cinegrafista na TV Coroados, atual RPCTV fiquei três meses no cargo tive o contrato encerrado por não concordar em trabalhar período integral e ganhar por meio período.
Numa tarde de sol enquanto matava a saudade da piscina lá no Canadá o Vicentão me convidou a assumir o cargo de professor de natação infantil do Clube. Isso era outubro de 1975 depois de um almoço em que tive que experimentar “sashimi”, eu fui efetivado no cargo.
Fiquei no Canadá até outubro de 1978 quando me indispus com o Calixto agora Diretor de Natação e fui trabalhar no Londrina Country Clube para ser técnico principal de uma equipe a ser formada. Foram sete anos intensos com a ajuda dos pais, dos diretores Milson e Moita e da molecada conseguimos aquecer a piscina do clube. Muitos profissionais conhecidos hoje na cidade foram meus atletas inclusive o atual prefeito e vice-prefeito.
Fiz Especialização em Metodologia do Ensino Superior (1980-1981) e apresentei o meu primeiro trabalho vamos dizer acadêmico-científico um estudo sobre o Estagio Supervisionado no Escritório de Aplicação confesso que ainda cultivava planos de uma especialização em Direito Tributário na França cheguei perto, ai falou mais alto o coração a Dulce já estava na estória.
Investi tempo e forças na capacitação como técnico de Natação, participei de congressos, cursos internacionais, workshops, em um dos primeiros Congressos do tipo CELAFICS aqui em Londrina com o Matsudo e o Claudio Gil não tenho idéia do ano.
Meus autores e livros de cabeceira, James Counsilman, Natação, Ciência e Técnica Para Preparação de Campeões (1980); Ernest W. Maglischo, Swimming Faster (1982); Per Olof Astrand & Kaare Rodahl Tratado de Fisiologia do exercício 1980?!
Em um desses congressos aqui em Londrina fiz uma pergunta ao palestrante Prof. Mauro Guizelini ele foi cordial na resposta, mas dada a minha insistência “pulou com os dois pés no meu peito” com o seguinte comentário “Quem esta aqui e não é formado em Educação Física para mim é leigo” entendi rapidinho o recado ali eu era o leigo metido a besta. Não demorei algum muito tempo para me decidir; prestar o vestibular para Educação Física UEL ou FEFI?
Isso já era 1982 casei em novembro dia 20 uma semana após a 1ª eleição direta para governador pós-golpe militar de 1964 elegemos José Richa, vitória da democracia. Em dezembro recém casados fomos a um casamento de uma amiga da Dulce em meio à festa saí de terno e tudo para fazer o vestibular na FEFI.
Trilha sonora Milton Nascimento, Tayguara, MPB4, Gilberto Gil, Chico Buarque, Mercedes Sosa, e todos os grupos que cantassem música de protesto. Por influencia da tia Zênia passei a prestar atenção e a ouvir música “clássica” entre os preferidos Bach e Vivaldi.
Casado Educação Física na FEFI filhos e a Piraju Escola de Natação
O primeiro semestre na FEFI foi meio estranho explico eu estava deslocado, pois no direito eu, que era um dos mais novos da sala, e demorei a me integrar com os colegas será que na educação física sendo vamos dizer um dos mais “experientes”, seria aceito pelo grupo de jovens? Após as férias de julho voltei um novo aluno entusiasmado animado apaixonado pela escola pelo conhecimento e o que inicialmente seria apenas uma certificação para poder atuar legalmente como técnico de natação passou a ser a oportunidade de realmente fazer um curso superior de maneira diferente do primeiro curso o Direito. Primeiro ano foi anatomia, dança com a Dalva, basquete com o Brandão atletismo João Júlio, e outros.
Casado morando na Vila Recreio trabalhando o dia todo fazendo faculdade à noite, competições nos finais de semana era tudo de bom, mas a grana não sobrava o que fazer? Aumento não havia e por influência da Dulce passei a prestar atenção em uma atividade que começava surgir no país Escola de Natação.
Então junto com a família após inúmeras reuniões decidimos que seria interessante buscar alternativas econômicas para um novo projeto de vida construir uma “Escola de Natação”. O Sérgio então acadêmico de engenharia da UEL ficou encarregado do projeto, a família vendeu um imóvel em São Paulo eu juntei o dinheiro de um consórcio e a família reunida demos início à empreitada no início do segundo semestre de 1984.
FEFI segundo ano o ano de afirmação ano da fisiologia minha grande paixão, um dentista era o professor, e o professor Bosco apareceu no meu caminho inovando a forma de apresentar os conteúdos apresentando textos para leitura, desafiando os alunos a falar a expor as suas convicções produzir textos, o que é isso? O que é educação física me apaixonei! Ainda naquele ano apresentei o meu primeiro trabalho em um congresso de Educação Física organizado pela escola, um resumo “A Educação Física na Legislação Brasileira” fui questionado pelo professor Palma da UEL tremi, respondi acho que me saí bem não sei, mas valeu a experiência.
Um parêntese 13 de setembro de 1984 lá pelas 08h00min da manhã nasce João Guilherme de Almeida Xavier quase um mês antes do previsto correria na família… “Não tem nada pronto nem a roupa do menino a mãe levou para maternidade”!… 17h45min nasce Maria Angélica a prima loura. A família surtou!
Outubro filho novo, início da construção da escola de natação, competições importantes no final do semestre informei ao Dr. Moita diretor do departamento de natação do Country que estava construindo um novo projeto de vida, a escola de natação, e coloquei o cargo de treinador principal do clube a disposição. Passada a surpresa inicial ele solicitou que eu permanecesse no cargo até o final do ano e indicasse um substituto e que só anunciasse a decisão aos atletas na festa de final de ano em dezembro. Assim foi feito indiquei o professor Hugo Yabe um jovem técnico de natação para o me substituir e anunciei a minha saída do clube na festa de encerramento do ano.
Trilha sonora além do “chororo” do João Guilherme e das marteladas…, Milton Nascimento, MPB4, Chico Buarque, Mercedes Sosa, mais Luiz Gonzaga Jr, Egberto Gismonti e por influência da Dulce o Gonzagão e mais Bach e Vivaldi, Mozart e Beethoven.
O 3º ano Formatura e a Piraju Escola de Natação
O ano de 1985 começa diferente uso um colar serviçal desde o dia de Natal fruto de uma queda na construção. O susto foi grande houve fratura da quinta vértebra, do antebraço esquerdo e do dedo mínimo da mão esquerda. A família, e a solidariedade dos amigos ajudaram a superar essa fase, especialmente o pessoal do Country que quando soube do acidente me recontrataram até que a escola de natação fosse inaugurada.
Finalmente em 15 de março daquele ano a Piraju Escola de Natação começou a funcionar o desafio agora era conciliar uma atividade diferente daquela que tinha até então exercido e descobrir que a fisiologia não era a principal referência a ser consultada eu deveria voltar a minha atenção a aqueles que mal sabiam entrar em uma piscina. Ah! o nome da escola foi uma estratégia de marketing a semelhança do que aconteceu quando iniciei a minha participação na natação em Londrina às pessoas associaram o meu nome à atividade a ser desenvolvida “Escola do Piraju”.
O terceiro ano da faculdade ginástica olímpica rolamento saltos etc. foram muitas dificuldades contei com a colaboração do Prof. Valentin a quem devo minha gratidão, pois não teria condição alguma de realizar as atividades práticas exigidas pela disciplina.
E o 3º ano não acabava nunca, alem disso tive muita dificuldade com a disciplina de Socorros Urgentes só consegui terminar com aprovação graças à ajuda de alguns colegas de turma que toparam reler as anotações ditadas pelo Prof. Plácido Arrabal é ditadas e se você não fosse fiel ao que fora apresentado pronto nada era considerado tive que me policiar para não “inventar nada” na prova e responder só o que estivesse no caderno. Ufa consegui a média suficiente para não precisar de exame e ser aprovado só isso e nada mais.
Antes de terminarmos o ano ainda conseguimos organizar a colação de grau fui escolhido orador da turma de formandos do ano de 1985 e houve festa de formatura.
O resumo da ópera o que eu pensava inicialmente ser apenas uma forma de certificação tornou-se parte integrante da minha vida a concretização daquela primeira conversa que tive com meus pais lá por volta dos dez anos lá em Piraju ser Professor de Educação Física. Aqui vale uma ressalva apesar de ser licenciado em educação física a minha experiência com a Escola foi pequena o meu envolvimento foi direcionado basicamente para natação.
Trilha sonora Milton Nascimento, Luiz Gonzaga Jr, Egberto Gismonti, Jazz & Cia, Bach e Vivaldi, Mozart e Beethoven.
De volta à UEL
Apesar de eu não ter sido aluno da Educação Física da UEL sempre tive algum contato com o curso através do Professor Coaracy a quem conheci desde a minha chegada a Londrina, pois ele era técnico de natação do Clube Alemão ou AREL, além disso, o Coaracy ministrava a disciplina de natação no curso de educação física e participava como árbitro geral nas competições de natação em Londrina e região junto com os seus alunos.
No início de 1986 a Universidade abriu o que hoje denominamos de teste seletivo para contratação de professor temporário para dar conta da demanda existente no então Núcleo Esportivo pela prática de educação física. Explico os alunos da UEL deveriam cumprir 50% do seu tempo de curso com aulas de PEF (prática em educação física).
Apesar de estar envolvido com a escola de natação à pouco tempo e ser essa atividade diferente daquela a qual eu tinha mais contato, a natação competitiva, não pensei duas vezes antes de fazer a minha inscrição para tentar a vaga. Justifiquei essa decisão por acreditar as novidades teóricas nascem primeiramente na academia e assim sendo poderia ter contato com elas em primeira mão.
A seleção dos inscritos foi realizada através de analise de currículo dos interessados e entrevista com os professores das modalidades. Fui selecionado com mais três recém formados em educação física e foi dessa maneira que eu iniciei a minha carreira docente no Departamento de Esportes Individuais e Coletivos o (DIC). Minha carga horária de contrato eram doze horas semanais cumpridas integralmente na PEF com aulas de natação para os universitários, de segunda a quinta feira pela manhã e final da tarde.
Permaneci na condição de temporário até o ano de 1988 quando passei em concurso público para professor auxiliar. Como não houve interrupção do contrato anterior minha data de entrada na UEL retroagiu à março de 1986. A carga horária de contrato foi mantida e continuei prestado serviço na PEF. A minha situação só foi alterada para vinte horas semanais quando alguns professores foram para capacitação fora do país. Assim assumi então três turmas do primeiro ano no período noturno na disciplina de natação mais as aulas de PEF.
Antes de assumir as turmas do curso Educação Física eu procurei conhecer mais profundamente o que se esperava dos acadêmicos, a ementa do curso, os objetivos e programa da disciplina, como as aulas eram ministradas e o que se cobrava em relação aos conteúdos apresentados.
Apesar da novidade não tive problemas de adaptação à nova função tendo sido bem recebido pelos acadêmicos da época. A minha atuação se pautava na apresentação teórica dos conteúdos relativos ao ensino e aprendizagem dos estilos formais de natação: crawl, costas, peito e borboleta ou golfinho e prática das atividades relativas aos nados na piscina. A avaliação do aprendizado dos alunos era feita através de duas provas uma teórica a respeito dos conteúdos apresentados em sala a outra prática para verificar o produto obtido durante as aulas práticas.
Resumindo; na avaliação prática os alunos deveriam nadar 60 metros sem parar para obter a nota mínima (cinco), a técnica de nado era avaliada através de uma ficha a qual continha comportamentos técnicos esperados valor cinco. Os que não conseguiam nadar os sessenta metros sem parar não pontuavam, mas eles poderiam se “salvar” na prova teórica. Puxa como eu era mal!
Após dois ou três semestres nessa rotina inovei um pouco na forma de apresentar os conteúdos, na prova prática acrescentei à ficha mais duas colunas além da já existente, coluna a) a auto-avaliação coluna b) avaliação do colega de sala, coluna c) avaliação do professor.
O ritmo da disciplina ficou assim: trinta dias antes do encerramento do semestre os alunos faziam uma prévia eu os filmava nadando 30 metros. Então as duplas teriam um mês para completar a ficha e trabalhar em conjunto para melhorar o desempenho. Com a ficha completa os alunos agora nadavam 60 metros e eu atribuía a nota da prática. A nota final dos alunos era obtida pela média das duas avaliações (prática + teórica /2). Era comum ver as duplas fora do horário de aulas nas piscinas do CEFD (Centro de Educação Física e Desportos) “treinando” para a prova.
De forma quase que intuitiva eu procurava maneiras de poder fornecer informações de como avaliar o desempenho e de como conduzir atividades destinadas ao ensino da natação. Contudo o que eu avaliava ainda era o produto, a atuação didática dos alunos não era considerada.
Em suma foi essa a minha trajetória na docência tanto na PEF quanto na graduação de março de 1986 até o inicio de 1998, momento em que inicio um novo período representado pela capacitação em nível de mestrado e posteriormente doutorado que procurarei destacar em capítulo próprio adiante.
No nos anos de 1987 e 1989 mais duas pessoas completaram a família Luiz Ernani de Almeida Xavier em 21/02/87 e José Flavio de Almeida Xavier 08/03/89 esses já tinham roupa ao nascer só que experiência anterior com cólicas não ajudou muito.
Trilha sonora Milton Nascimento, Luiz Gonzaga Jr, Egberto Gismonti, Jazz & Cia, Bach e Vivaldi, Mozart e Beethoven mais aprofundados.
Iniciando a Vida Acadêmica o Mestrado
A partir daqui apresento um relato das ações desenvolvidas na busca da capacitação. Minha jornada na pós-graduação acadêmica tem início no ano de 1994 quando a partir de um movimento iniciado por colegas buscaram-se alternativas no sentido de promover a capacitação dos docentes do CEFE. Vários projetos de programas de mestrado tentaram nascer durante o período compreendido entre 1990 e 1997 nenhum deles conseguiu sair do papel.
Na visão dos professores do CEFE e também na minha percepção a capacitação seria algo inatingível fora do nosso alcance coisa possível apenas para docentes das grandes capitais, São Paulo Rio de Janeiro etc.
O ano de 1998 começou com uma nova movimentação em relação à capacitação, varias consultas foram feitas pela direção do CEFE a instituições que já possuíam programas estruturados de mestrado e doutorado particularmente à USP e a Universidade Gama Filho no sentido de se promover a capacitação dos vários docentes do CEFE que tinham interesse no “Minter – Mestrado Interinstitucional”, no entanto as conversas não prosperaram talvez pela ousadia da proposta ou então pelo desconhecimento das instituições consultadas em participar de um projeto incipiente ainda não detalhado pela Capes.
O projeto Minter no CEFE só decolou após gestões entre os reitores da UEL e da USP. Assim foi celebrado um convênio entre as duas instituições no qual a Escola de Educação Física e Esporte da USP e o Centro de Educação Física da UEL elaborariam uma proposta conjunta para concorrer a um Edital da Capes que previa a criação de cursos de mestrado interinstitucionais visando capacitar em bloco de docentes de escolas públicas.
Pelo projeto o governo do Paraná através de sua agência de fomento a Fundação Araucária bancaria as despesas relativas ao traslado dos docentes da USP mais o “jeton” dado aos que ministrassem aulas aqui no CEFE e o compromisso de arcar com seis messes de bolsa aos docentes envolvidos no programa para um estágio na USP. O projeto Minter USP – UEL foi aprovado pela Capes e no final do primeiro semestre daquele ano fizemos as provas de proficiência em Inglês e a prova de seleção nos moldes das realizadas em São Paulo.
Aqui cabe um adendo fui o primeiro a ser aprovado no exame de proficiência, porém fui o ultimo dos onze aprovados no exame de seleção a conseguir um orientador. Isso talvez tenha sido fruto da minha inconsistência em escolher uma área acadêmica para o meu projeto, pois eu queria algo que eu pudesse aproveitar no curso de Educação Física da UEL e também na Piraju Escola de Natação.
Flertei por temas distintos tais como: adesão e aderência ao exercício físico, atividade física relacionada à saúde e também a piscomotricidade relacionada ao meio aquático.
Depois de um não por telefone sem direto a réplica da professora Dra. Silene Okuma a uma intenção de estudo sobre adesão e aderência à atividade física, redigi um projeto de mestrado algo assim como um cobertor curto e que não deixava claro o que eu pretendia fazer e fui bater na porta do Prof. Dr. Edison Manoel.
Final de novembro de 1998 à noite enquanto preparava um trabalho para a finalização da disciplina de Nutrição chega uma mensagem do Edison informando que na reunião de outubro a CPG da USP aprovara a transferência de orientador, agora eu era seu orientando. Atordoado, mas contente contei a novidade apenas para a Dulce os demais colegas do Minter só tomaram conhecimento da mudança no início de janeiro quando a disciplina de Desenvolvimento Motor foi ofertada aqui em Londrina. Durante aquela semana de aulas tive oportunidade de sentar com o orientador e agora sim esboçar um projeto de mestrado.
Alem da disciplina de Desenvolvimento Motor, outros professores da EFFE-USP estiveram aqui ofertando disciplina: os professores Zucas, Go Tani, Maria Augusta, Dante de Rose Jr., Maia e Marques da Universidade do Porto e Maria Teresa Bohme.
Em meio às disciplinas tive a oportunidade de estar presente ao primeiro Seminário de Comportamento Motor realizado em São Paulo no ano de 1998 foi quando conheci algumas das lendas vivas do Desenvolvimento Motor os professores Connolly, Sugden, Barela, Jefferson Canfiled, Ana Maria Pellegrini alem de outros pesquisadores que só tinha conhecimento através da leitura de artigos.
Voltando ao mestrado passei a freqüentar semanalmente as reuniões do LACOM às sextas feiras e no final do semestre após uma consulta ao Edison sobre quando realizar o estágio em São Paulo antes ou após a qualificação eu recebi a seguinte resposta “Uma qualificação bem feita é meio caminho andado” mais uma vez entendi rápido o recado fui para lá na primeira semana de agosto de 1999 morava em um aparamento da família em Campinas e todo o dia chegava às sete da manhã ao laboratório e só retornava a Campinas no final da tarde. São dessa época também os 10 minutos de cochilo sentado no sofá do laboratório após o almoço.
O exame aconteceu no início de abril por conta da Lourdes secretária da CPG que insistiu nos trinta dias de prazo entre a notificação da CPG e marcação do dia do exame e como foram vinte e nove dias… Alem do Edison participaram da banca o Prof. Dr. Go Tani e a Profa. Dra. Lilian Gobbi.
Fui aprovado e parti para Londrina para executar o que fora planejado. Construi um carrinho que andava sobre trilhos e portava duas câmeras acopladas pra filmar as ações acima da linha da água a outra câmera para filmagens subaquática.
Em três finais de semana coletamos os dados (imagens) de cinqüenta e seis crianças de três escolas de natação de Londrina e Apucarana dentro da idade desejada prevista no projeto. O que levou mais tempo foi a analise e a classificação dos padrões motores de acordo com as alterações das condições experimentais estipuladas no projeto. Aqui eu gostaria de fazer um agradecimento ao Luciano pela disponibilidade durante o tratamento estatístico algo até então um bicho de sete cabeças para mim.
Os dados obtidos com o experimento foram muito instigantes e provocaram um especial interesse acadêmico e profissional, pois questionavam o que até aquela data fora um fato absolutamente definido para mim, ou seja, nadar seria um produto de um processo de ensino aprendizagem com uma sequência pré-organizada de exercícios os quais deveriam ser repetidos para que houvesse o aprendizado dos nados especializados. Passei a questionar textos e práticas consagradas da natação que apontavam para as famosas sequências pedagógicas dos nados e investi de maneira intensa na ligação das atividades aquáticas como um caminho para o estudo desenvolvimento motor e a pedagogia da natação e também o caminho inverso. Nesse sentido a descoberta dos textos de McGraw (1939) Newell (1986) Langendorfer & Bruya (1995) entre outros foram fundamentais para a consolidação dessa nova ordem.
Como requisito para a defesa do mestrado submeti à publicação um artigo de revisão sobre o desenvolvimento do comportamento motor aquático e as relações com o ensino da natação em companhia do meu orientador professor Dr. Edison Manoel. Tendo como pano de fundo os conceitos de desenvolvimento motor particularmente da analise desenvolvimentista da tarefa (HERKOWITZS 1978) . Esse trabalho tem norteado a minha trajetória acadêmica e profissional e de maneira freqüente é lembrado ainda hoje por colegas que se interessam pelo estudo das atividades aquáticas e de sua pedagogia. Alem disso o artigo em sua parte final aponta para algumas possibilidades de estudo e pesquisa uma das quais orientou o meu projeto de doutorado.
Nos dias e nas as noites que antecederam a qualificação e a defesa do mestrado a trilha sonora, não por minha escolha e sim dos mecânicos de uma oficina localizada ao lado do meu escritório foi Rio Negro e Solimões, Na Sola da Bota e demais sucessos da dupla ufa!
Na defesa quando questionado pela banca sobre planos para o futuro e animado com o processo de mestrado apontei para o interesse em prestar a prova de Doutorado e já nas semanas seguintes após a entrega do trabalho de mestrado na CPG parti para a elaboração de um projeto que pudesse viabilizar a minha entrada no programa de Doutorado da EEFE-USP.
Vida Acadêmica: segunda etapa o Doutorado
A gestação do projeto foi tranquila apesar de ter sido sabatinado sobre o tema de estudo pelos professores e colegas em várias reuniões do laboratório entre o final do mês de maio e o início de outubro de 2001 quando apresentei pela ultima vez o projeto Aquisição da Locomoção Aquática dos Bebês antes de protocolar a inscrição na CPG.
Para a inscrição estava tudo encaminhado eu já havia feito o exame de proficiência na Aliança Francesa já havia apresentado o projeto no laboratório só estava faltando a assinatura do orientador. Como havia mais pretendentes do que o número de vagas o clima era de incerteza foi quando o Edison chegou ao laboratório naquela sexta feira após o almoço perguntando se ele já havia assinado a minha carta de aceite, eu disse que não e entreguei o formulário e ele assinou naturalmente. Sexta feira seis de outubro de 2001 que presente de aniversário… Voltei a Londrina sorrindo como uma criança!
Novembro chegou e eu prestei a prova fui aceito no programa além disso consegui uma licença para capacitação junto ao Departamento Esporte, concorri e fui contemplado com uma bolsa da Capes e o doutorado teve início.
Em março de 2002 começa rotina de segunda a sexta disciplinas laboratório apresentações eu passava a semana em São Paulo e retornava a Londrina na sexta após a reunião do LACOM e assim foi.
As viagens, disciplinas, trabalhos leituras nada me incomodava estava muito animado com o processo e o projeto estava progredindo com as leituras de textos clássicos da área como o estudo dos gêmeos Jimmy e Johnny da pesquisadora McGraw (1935), tomei contato com textos de Sherrington 1906, Easton (1972), Galistell (1980).
No ano de 2003 em parceria com o Luciano, colegas do laboratório e o Edison Manoel submetemos a publicação um artigo desenvolvido a partir de uma idéia que Eu o Luciano apresentamos no II Seminário de Comportamento Motor e que apresentava um procedimento para a na analise dos aspectos temporais da braçada do nado crawl o artigo foi publicado em 2005.
Durante o ano de 2004 planejei e executei um piloto do trabalho de doutorado cujo objetivo fora testar as condições experimentais bem como realizar um inventário das ações motoras dos bebês em fases distintas de desenvolvimento no primeiro ano de vida. Ao todo foram feitas 12 coletas semanais de cada sujeito de um menino recém-nascido, duas meninas uma com seis meses e a outra com onze meses de idade.
Os dados obtidos foram de muito úteis para a sequência do projeto de doutorado e foram apresentados e publicado nos anais do International Congress of Motor Development and Learning in Infancy II realizado em maio de 2005 na cidade de Murcia. Posteriormente deram origem a um artigo intitulado A Note from the Observation of Infant Aquatic Behaviour cujo escopo fora ampliar as descrições sobre o comportamento dos bebês ao longo do primeiro ano de vida bem como caracterizar essas ações motoras de acordo com o nível desenvolvimento dos sujeitos. Por razões não digeridas o artigo ficou hibernando só recentemente retomei o texto que deve ser submetido á publicação no inicio do próximo semestre.
Retornando do congresso na Espanha finalizei o texto e protocolei o exame de qualificação que aconteceu no início do mês de agosto. A qualificação foi desgastante o texto apresentado continha em sua estrutura conceitos não totalmente pacíficos na área de Comportamento Motor ou quem sabe eu também não tenha sido claro o suficiente para defendê-los e por isso fui questionado. Além disso enfrentei uma série de problemas pessoais e institucionais, já resolvidos, mas que à época interferiram no processo.
Definida a qualificação retornei a Londrina e parti para a execução do experimento que pretendia avaliar o efeito da estimulação no comportamento de locomoção aquática em bebê no primeiro ano de vida. Para tanto as ações motoras de dois grupos de bebês, experimental com estimulação e controle sem estimulação, com idade média de 12,75 semanas no inicio do experimento foram filmadas em diferentes momentos e condições experimentais e posteriormente avaliadas.
O experimento teve seu início na primeira semana de outubro a cada quinze dias fazíamos a coleta de imagens de ambos os grupos. Havia ainda um procedimento prévio a obtenção a de uma série de dados a) antropométricos: peso, altura, circunferência cefálica e torácica, b) desenvolvimentais feitos através da Escala de Bayley de Desenvolvimento Infantil II (1993), c) medidas do estado de humor no momento da coleta, d) medida de estado atenção dos bebês no momento da coleta. O encerramento das coletas aconteceu na primeira semana de abril e durante todo o tempo tive o auxílio imprescindível da época recém doutora professora Inara Marques.
Analisados os dados coletados os resultados obtidos nos permitiram identificar de trinta e dois padrões movimento utilizados pelos bebês cuja qualidade e consistência fora maior no grupo experimental que a no grupo controle. Outra constatação a posição do bebê na água afetou de maneira distinta os grupos estudados no tocante a duração das ações motoras do grupo experimental foi maior ao longo do experimento. Observou-se que o mergulho ventral autônomo foi aposição que produziu ações mais intensas das pernas comparadas às ações dos braços, tronco e cabeça.
Por todos esses dados, apesar da variabilidade comportamental, foi possível identificar regularidades nos comportamentos dos bebês e classificar funcionalmente as ações e os padrões motores. Concluímos que o efeito de estimulação foi determinante na época apresentação dos padrões, possibilitando a definição de perfis do desenvolvimento de padrões de locomoção aquática dos bebês.
Defendi o doutorado em abril de 2002 quase um ano após o encerramento das coletas para uma banca assim composta: Prof. Dr. Humberto Cesar Correia, Prof. Dr. Sérgio Tosi Rodrigues, Profa. Dra. Andrea Michelle Freudenheim e Profa. Dra. Lilian Gobbi mais o orientador. A sessão de defesa como na qualificação foi longa, questionou trabalho, mas não apontou erros metodológicos ou inconsistências teóricas nos resultados. Hoje sinto que poderia ter sido mais ousado nas interpretações dos resultados e nas conclusões porem faltou “Sabença de burro velho e Coragem de tigre moço…” Vanzolini (2002)
“…Quando eu vim da minha terra
Num sabia o que é sobrosso
Sabença de burro velho
Coragem de tigre moço…”
Finalizado o doutorado retornei a Londrina e assumi quatro turmas do segundo ano do curso do bacharelado em Educação Física trabalhando com as disciplinas de Crescimento de Desenvolvimento Humano e no segundo semestre a aulas de Controle Motor, tive que preparar as disciplinas do zero sem nunca antes as ter cursado mesmo em nível de graduação foi um desafio tanto para a docência quanto para os demais afazeres da profissão. Já as aulas da disciplina de Atividades Aquáticas que eu havia preparado durante os quatro anos do doutorado foram, por razões político-administrativas, atribuídas a outro professor, só depois de seis anos é que retomei contato com ela.
Hoje estou nadando em águas calmas, ou melhor, menos turbulentas sou o responsável pelos conteúdos teóricos e práticos das atividades aquáticas nos cursos de Bacharelado e Licenciatura e procuro ligar as disciplinas a conceitos de desenvolvimento motor, por exemplo, a idéia de aquisição hierárquica das habilidades aquáticas e sua ligação com a pedagogia e discutindo de que maneira isso pode ser percebida e utilizada sem desprezar os conceitos da natação esportiva.
Para fortalecer o entendimento dos conteúdos apresentados em sala desde 2010 ofereço aos alunos das minhas turmas e demais acadêmicos de todos os cursos do CEFE a oportunidade de inserção em um projeto de extensão do Departamento de Educação Física que tem por objetivo a elaboração e materialização de um processo metodológico de intervenção pedagógica dos saberes das atividades aquáticas para crianças de Escolas Publicas do em torno da UEL. O projeto tem potencial para atender as demandas de ensino, pesquisa e extensão alem de prestar serviço à comunidade e tem sido algo que me dá muito prazer e retorno.
Alem de envolver estudantes de graduação, pós-graduação, colaboradores formados docentes de dois departamentos, técnicos administrativos, das ações do projeto foram geradas produções acadêmicas tais como: trabalho de conclusão de curso, trabalhos completos, resumos expandidos e resumos em vários congressos da área.
Dado o envolvimento do meu filho Luiz Ernani com escalada esportiva desde o tempo do mestrado me aventurei nessa atividade e participo, desde 2008, como colaborador em um projeto de extensão direcionado a prática da Escalada Esportiva no CEFE. Nas suas duas edições do projeto foram produzidos alguns trabalhos apresentados em congresso e também um capítulo de livro em co-autoria com o Prof. Dr. Tony Honorato. A meta do projeto é ver instalada a parede artificial nas dependências do ginásio de esportes.
Aspectos Administrativos a Chefia do Departamento
A minha atuação em cargos eletivos em atividades acadêmicas e administrativas ocorreu em dois períodos distintos isto é antes da capacitação no período compreendido entre 1986 até 1998e e após o retorno a UEL a partir 2006 a 2014.
Considerações finais
Algumas coincidências marcaram o esse memorial algumas delas são publicáveis outras nem tanto assim vamos rapidamente elas.
Como pode ser observado na leitura o mês de outubro sempre foi pródigo em acontecimentos desde meu o nascimento até a época de finalização desse memorial. Outro dado não sei se relevante é que sempre estive residindo nas proximidades da latitude (23° 27′ de latitude sul) os municípios de Piraju, Londrina e São Paulo são cortados pelo Trópico de Capricórnio para os exotéricos isso pode ter algum significado para mim apenas uma coincidência.
Por várias oportunidades estive bem perto de pessoas que fazem ou fizeram parte de minha travessia e que por algum motivo não aconteceu no primeiro momento e que depois acabaram por acontecer. Assim foi com a Dulce que fizemos parte de uma platéia de 15 pessoas que assistiu a um show do Quinteto Violado no antigo Teatro Universitário de Londrina hoje Teatro Filadélfia. Alem disso usamos a mesma bota ortopédica receitada pelo mesmo médico…
Ou então estar participando de uma Semana de Educação Física em Londrina no ano de 1986 em que um dos cursos foi Desenvolvimento Motor apresentado por um professor da USP que no futuro seria o meu orientador o Professor Edison Manoel e também orientador de dois diletos colegas membros dessa banca Inara e Luiz Dantas com que tenho o prazer de ser amigo e de ter usufruído das suas bondades acadêmicas e pessoais.
Também há coincidência em questões estritamente acadêmicas, ou seja, três pessoas que não se conheciam abordam o mesmo tema em locais muito distantes entre si, como a Eduarda Velozo na Universidade Técnica de Lisboa Phillip Zelazo da McGil University em Montreal Canadá e eu mesmo defendendo a minha tese de Doutorado na USP e voltando á Universidade Estadual de Londrina, tudo isso acontecendo no ano de 2006 e sem que qualquer um de nós tivesse contato pessoal ou então acesso ao trabalho do outro e que tivessem o mesmo interesse: bebês e atividades aquáticas…
É tem coisas que não são fáceis de explicar ainda bem que existem os versos do professor Dr. Paulo Vanzolini (2002) para que eu possa mirar.
… Eu saí da minha terra
Por ter sina viageira
Cum dois meses de viagem
Eu vivi uma vida inteira
Sai bravo, cheguei manso
Macho da mesma maneira
Estrada foi boa mestra
Me deu lição verdadeira
Coragem num tá no grito
E nem riqueza na algibeira
E os pecados de domingo
Quem paga é segunda-feira
-Pós-graduado em Fisiologia do Exercício – UNIFESP e Treinamento Desportivo – UNIMES;
-Titular das cadeiras de Natação e Aprendizagem Motora – FEFIS, UNIP e UNIMONTE;
-Titular da cadeira de Anatomia dos cursos de Fisioterapia, Biomedicina e Educação Física – UNIP.
-Professor de pós-graduação – UNIMONTE, UNISANTA, UNICEUMA e ENAF;
-Membro do Laboratório de Comportamento Motor (LACOM) – USP e Coordenador do Grupo de Estudos e Tecnologia em -Atividades Aquáticas (GETAA) – Santos.
-Revisor técnico da Editora Manole.
-Autor de mais 200 publicações em congressos nacionais e internacionais.
- Psicomotricista pela SBP.
Formadora da Psicomotricidade Aquática no Brasil e exterior.
- Mestre em Educação Especial, Neuropsicologia e Exercício e Saúde.
- Diretora da Água & Vida – Curitiba – PR.
- Autora de vários livros.
Como atleta colecionou importantes títulos e medalhas no Brasil e no exterior e ao longo de sua carreira participou de inúmeros cursos de especialização, atividades com bebês e crianças em eventos nacionais e internacionais, além de ter escrito um livro sobre o tema, que vendeu mais de 50.000 cópias.
Com a experiência adquirida ao longo dos anos criou seu próprio método de aprendizagem, intitulado pelos americanos de “Affective Baby Swim”, levou palestras e cursos para vários países, dentre eles, Estados Unidos, Espanha, França, México e Argentina.
Nessa mesma escola montei também uma equipe de G. Artística. Já estava definida minha profissão, me formei na FEFISA /1976. Em 1977 fiz curso de especialização na USP em G.A. e Trampolim Acrobático (antiga Cama Elástica ) e neste curso fui convidada por um professor alemão a ir para a Alemanha , estudar na DSHS Köln. Desde menina já queria ir estudar na Alemanha. Ainda em 1977 trabalhava também como técnica e professora de natação no Clube Ipê, SP.
Dia 06/08/1978 embarcava para Köln, Alemanha, onde durante 2 anos vivenciei e estudei tudo de melhor da Educação Física até os dias de hoje ,ao meu ver .Fiz especialização em Dança, Trampolim Acrobático, G.A , Natação e Natação para Bebês. Uma experiência de vida fantástica, única. Esperar de 7 a 14 dias por uma carta, via correio, de notícias do Brasil e principalmente da família e amigos, a ansiedade só era amenizada por raros telefonemas caríssimos. Nào existia computadores para pesquisas , e-mails e celulares para a comunicação. Época de uma inflação absurda no Brasil, minhas economias para esta aventura desapareciam com uma velocidade de fórmula 1 . Recebi uma bolsa auxilio da Universidade de Köln, trabalhava de Babá, auxiliar doméstica e professora particular de natação. Retornando ao Brasil bati de porta em porta nas academias e as respostas:-“ Estamos iniciando e não temos condições de pagar alguém tão especializado” , quando saí do Brasil havia 80 academias e no retorno umas 500 . Enquanto isso trabalhava na USP, durante 1 ano e meio( gratuitamente) , no curso técnico de G.A. , Tr. Acrobático e no Condomínio Ilhas do Sul em diversas modalidades inclusive natação, mas já remunerada. Uma das turmas de natação era composta de 20 crianças de 2 a 4 anos, técnica adotada na época: um cano de pvc e bóias de braços em todas as crianças, com Salva Vidas sempre a postos .
Visitei trabalhos realizados pelo prof. Salvador Felizete, SP, prof. José Fontanelli, SP, e prof. Airton Leite ( curso intensivo, morei na academia durante 15 dias), RJ, e a Academia Celio Amaral, PR, onde fui muito bem recebida, para saber qual era o trabalho realizado no Brasil uma vez que minha primeira vivência com bebês menores de 2 anos tinha sido na Alemanha. Eis que surge um SR chamado Nelson Wagner o qual iria inaugurar a Maré Escola de Natação e em 1980 a Maré tornou-se minha respiração, iniciei como professora e coordenadora até o fechamento da mesma em 2000. Meu filho (1982) com 2 meses participava ativamente das minhas aulas , foi um grande colaborador para o desenvolvimento da minha metodologia de trabalho . Em1986, minha filha participou da minha realização profissional! Durante esses 20 anos de Maré Natação minha vida foi muito intensa de trabalho na academia e em 1983 iniciei como palestrante em cursos e congressos por todo Brasil, foram experiências incríveis de aprendizado e troca de informações com alunos e excelentes organizadores de grandes e pequenos eventos aos quais só tenho a agradecer por confiarem no meu trabalho e na minha dedicação. Entre eles um agradecimento especial ao prof. William U. Lima (membro da ABPNI ),me auxiliou com uma filmagem subaquática, a qual mais tarde tornou-se um vídeo pedagógico de Estimulação Aquática para Bebês I,II. Prof. William também foi o responsável pelo início de minha carreira em congressos e palestras quando me convidou para divulgar minha metodologia de trabalho em uma de suas palestras no CURSO INTENSIVO DE NATAÇÃO, INICIAÇÃO, APRENDIZADO E TREINAMENTO, OLIMPICUS CURSOS – SP / MAIO 1983. A partir deste iniciei minha carreira de palestrante pelo Brasil, e exterior ( Portugal, Argentina , México), meus agradecimentos a SPRINT (RJ), ENAF (Poços de Caldas e Bahia), COMAFI (Uberlândia), SANTA MÔNICA FITNESS (RJ), Jornada Paranaense (Curitiba , PR) WABC Brasil (São Paulo),ENORF( Fortaleza), SPORTFITNESS( Brasília),EAFERJ( Cabo Frio e Búzios ),CNPC ( Itabuna, BA) e ( Ilhéus, BA), CONVENTION & FITNESS , Mauricio Fernandes (SP),MEETING INTERNATIONAL(Recife ), CONGRESSO G.F.( Porto Alegre, RS ), C.T.D. POLÍCIA MILITAR DE SP, SESC (São José dos Campos ,SP, Ribeirão Preto, Manaus) FIEP ( Foz do Iguaçu),Curso em Porto Velho(RO), Pró Nadar, Sociedade de Medicina de São José do Rio Preto (SP) , Curso e Encontro de Técnicos ( Limeira e Rio Claro, SP) , UNEN ( Lençóis , MA) entre outros tantos.
Assim como meu agradecimento especial as academias e seus proprietários , os quais hoje são amigos queridos , onde ministrei cursos em diversos locais do Brasil dentre elas: Nado Livre (Ribeirão Preto, SP) Amaral (Curitiba, PR), Mergulho ( Franca, SP) ,Campelo(SP),Estilo(SBC,SP) (São José do Rio Preto, SP), , Dandi (SP), Dentro d’ Água (SP), Golfinho (RJ), Projeto Forma (Uberaba, MG), Companhia Atlética(SP), CPN (SP), HobbySport (SP), Albatroz (Bragança Paulista SP),Aquacenter (SP),Nado Livre (Votuporanga, SP) entre outras .
Ministrei Cursos e palestras em Universidades, Faculdades, graduação e pós graduação: USP (de São Paulo e de Ribeirão Preto) ,Faculdade de Ed.Física de Guarulhos de 1985/90(SP), FEFISA de 1985 /1995( SP), Presidente da banca examinadora do C.T.D. Faculdade de Ed. Física Pol. Militar (SP) / II mostra de monografias. Faculdade Ed. Fís. do Vale da Paraíba, SJC (SP), Fac. Ed Física Dom Bosco (DF /Brasília), Fac. Ed. de Santos (SP), Fac. de Ed. Física de Manaus (AM), Universidade de Mogi das Cruzes (SP), Universidade Camilo Castelo Branco, Latu Senso (SP), Universidade Federal do Espírito Santo (Vitória), FMU(SP), ESEF(Jundiaí, SP),Fac. Ed. Fís .Juiz de Fora(MG), Fac.de Ed. Fís. de Catanduva (SP), Fac. de Muzambinho(MG), Fac. de Ed. Fís. Claretiana (Batatais SP), FEF/UNICAMP(Campinas SP),UNAERP (Ribeirão Preto, SP).
Meu comprometimento, minha responsabilidade e paixão aumentavam a cada dia, é infinita a busca por conhecimento, estava e estou presente em todos os congressos, cursos no Brasil e também no exterior, de acordo com minhas possibilidades. Tudo o que aprendia e considerava importante já era divulgado em minhas próximas palestras de aprendizado para bebês, crianças e adultos .
Uma “visão psicomotora” surgiu após ter participado do I curso internacional de psicomotricidade aplicada à natação com a prof. Beatriz Perez de Ântico (AR ) e Cacilda Velasco ( membro da ABPNI) em SP/ 1991 , desde então aplico o que na minha visão considero muito importante para a minha metodologia de trabalho.
Em 1991 fui a Moscou, Rússia, Universidade de Cultura Física, onde estudei psicologia do esporte e Natação para Bebês, acompanhando o trabalho, com a assistente de Igor Charkovsky ,cientista, pioneiro em partos sub aquático e Natação de Bebês na Rússia. Um aprendizado também de vida muito especial de uma cultura muito diferente da nossa, uma vez que, a “cortina de ferro” estava aberta apenas a 1 ano. Em 1991 retornei a DSHS Köln para atualização durante 2 meses.
Após 20 anos de Maré Natação, trabalhei durante 1 ano e meio na Village Natação e agradeço muito pois todas as outras que busquei me fecharam as portas. Ao mesmo tempo já trabalhava como” Personal Aquática” com ex alunos da Maré Natação, o mercado de aquecimentos das piscinas residenciais e de prédios crescia muito e assim parti para as aulas individuais com pais, sem pais, e grupos . Uma nova vivência se estabeleceu até então.
Minha própria metodologia foi construída e implementada ao longo de 44 anos e é baseada em vários aspectos = estudos, troca de informações com outros profissionais e cursos, experiências práticas e como resultado visa respeitar ao grau de maturação da criança do jovem e do adulto na sua aprendizagem, na presença do brincar e descontrair , na ampla exploração dos movimentos corporais com e sem materiais visando formar uma base rica e diversificada para o desenvolvimento integral da criança/jovem e adulto e que na agua estarão com total prazer .
A princípio a influência dos profissionais e da metodologia de Lisellot Diem, Viola Sieglin e Kurt WIlke ( AL), era única, com o decorrer dos anos, todos os profissionais acrescentaram e fazem parte da minha metodologia. José Fontaneli, SP, Salvador Felizeti,SP, Beatriz Perez de Ântico,AR, Stephen Langendorfer, USA, Cacilda Velasco,SP, Célio Amaral, PR, Lilli Ahrend ,Alemanha e Dr Anthony Wong ( pediatra, grande colaborar e defensor da N. BB )com o qual tive o prazer de demostrar minha metodologia trabalhando com um de seus filhos durante 4 anos .
- Mestre em Educação – Educação Especial/Sub-área: Deficiência Mental – UERJ – 1988.
- Pós-Graduado em Educação e Reeducação Psicomotora – UERJ – 1987.
- Pós-Graduado em Estimulação Essencial ao Desenvolvimento – UFRJ – 1984.
- Pós-Graduado em Educação – UERJ – 1982.
Graduado em Educação Física/Licenciatura Plena– UGF – 1981.
- Proprietário da Escola de Natação “Solução Aquática” – Rio de Janeiro – 1985/1989.
- Professor Adjunto IV do Centro de Educação Física e Desportos da Universidade Federal do Espírito Santo (CEFD/UFES) – desde 1991.
- Autor de livros nas seguintes áreas: Natação para Bebês, Natação Infantil: aprendizagem e desenvolvimento, Metodologia e Ensino do Jogo e Psicologia da Educação.
- Autor de diversos ensaios e artigos científicos envolvendo as temáticas: natação infantil, natação especial/síndrome de Down e educação física pré-escolar, principalmente.
Assim que me formei (1988) comecei a trabalhar com natação e fiz uma pós-graduação em Medicina Esportiva e saúde Escolar na PUC-RS (1989). Mais tarde fiz um mestrado em Ciências do Movimento Humano na UFRGS sob orientação do professor Dr. Luiz Fernando Martins Kruel (2004).
Meus pais sempre foram incentivadores dos estudos e isto me proporcionou diversas viagens para participar de cursos e congressos. Sempre fui curioso e mesmo em viagens de lazer visitava academias e escolas de natação. Dois destinos em especial. São Paulo e Curitiba. Toda vez que ia a São Paulo visitava a Maré natação e assistia a professora Juliana Barbosa (Acadêmica da ABPNI) em ação. Quando ia a Curitiba, visitava a academia Amaral (do Célio Amaral, acadêmico da ABPNI) com uma estrutura maravilhosa e um trabalho de excelência. Cada vez mais me encantava pelo universo infantil em especial pelos bebe. As observações influenciaram muito meu trabalho e minha pessoa.
Foi em Curitiba que conheci o professor Kurt Wilk e me interessei por ir a Alemanha. Em 1992 estagiei no Departamento de Natação Infantil da Universidade de Colônia com crianças de 2 meses a 3 anos sob supervisão da professora Viola Siegling. La conciliei metodologia e pratica, era exatamente o que buscava.
Procurei embasar meu trabalho com natação infantil em cima de autores da área da psicomotricidade, possivelmente por influencia do meu orientador de estagio da faculdade, professor Airton Negrine e pela professora Jocian Bueno (Acadêmica da ABPNI) ministrante do primeiro curso de natação para bebes que participei.
O trabalho em escolas de natação e clubes de Porto Alegre me proporcionou uma vivencia muito rica, mas foi no Centro Físico Acqualità que pude desenvolver um programa baseado em minhas experiências, trabalho que ate hoje é desenvolvido com muito carinho e dedicação.
Deste trabalho surgiram convites para palestras e cursos. Inicialmente os convites eram para hidroginástica e aos poucos fui sendo convidado para ministrar cursos de natação, sendo minha ênfase os bebes e iniciação. Ministrei diversos cursos e palestras pelo Brasil e exterior, e tive experiência como professor de graduação e em cursos de Pós graduação. Estas atividades são realizadas com muito prazer, pois além de conhecer diferentes realidades, proporcionam reconhecimento profissional e uma constante atualização.
Aliar teoria e pratica é uma das minhas características como professor. Do material dos cursos, com o trabalho desenvolvido no Centro Físico Acqualità e a documentação das técnicas da natação para bebes surgiu um livro. Natação para bebes, infantil e iniciação: uma estimulação para a vida. Lançado pela Phorte Editora o livro teve uma repercussão muito positiva. Credito ao impacto desta obra o convite da ABPNI para me tornar membro deste seleto grupo, que tanto me orgulho em fazer parte.
Iniciei minha carreira como professora na ACM, na Lapa Rio de Janeiro com 17 anos no final dos anos 80 antes mesmo de graduar em Ed. Física. Depois ministrei aulas de natação no Colégio São José de 1989 até 1995. Em 1990 fui trabalhar em uma academia no bairro de Jacarepaguá que fui uma das minhas escolas dentro de uma abordagem pautada no ensino da natação e das atividades lúdicas para crianças e bebês e neste lugar fiquei até 2003.
Em 1994 ingressei na Estilo Escola de Natação, na Barra da Tijuca RJ e nesta escola tive o meu primeiro e definitivo contato com a psicomotricidade. Nesta Escola de Natação tive a oportunidade de me aperfeiçoar e atualizar com os maiores nomes da natação e da psicomotricidade do Brasil e do exterior. Na Estilo fiquei até 2003, quando fui para a Cia Athletica onde permaneço até hoje.
Estou desde 2003 na Gestão técnica da Cia Athletica RJ onde atendemos em torno de 800 crianças, fora adolescentes, adultos e idosos além da natação infantil ( natação adulto,nado sincronizado e hidroginástica).
Minha formação tem como base a Pós-graduação em Atividades Aquáticas, Pós Graduação em Psicomotricidade e a Formação em Terapia e Educação Psicomotora PPA (Pratica Psicomotora Aucouturrier), além de diversos cursos com: Alberto Klar, Roberto Pavel, Rafael Costa Marques, William Urize, Sandra Rossi Madormo, Juliana Janssen, José Fontanelli, Vitor da Fonseca, Le Bouch, Frederique Bossi, Franco Boscaíne, Beatriz Perez, Marta Sanz, Cacilda Velasco, Claudia Melem, Esteban Levin, Jocian Machado Bueno entre outros. Posso dizer que sou fruto e influência direta da maioria dos acadêmicos que hoje tenho a honra de estar ao lado.
Minha formação consiste principalmente em ter um olhar para a criança dentro das suas etapas de desenvolvimento psicomotor, a abordagem lúdico educativas para o ensino da natação e das primeiras habilidades aquáticas. Acredito que a criança através de experiências de prazer e bem sucedidas no meio aquático, onde respeitamos sua individualidade e aumentamos o seu repertório psicomotor, contribuímos para a formação de indivíduo que vai nadar por toda uma vida.
- Posgraduada en Neuromotricidad Infantil com Mención em Natación Terapéutica – Cuba.
- Certificada em Natação para Bebês e Crianças pela USSSA – Estados Unidos.
- Participou em Seminário de Psicomotricidade pela Université D´Éte Paris – França.
Desde muito jovem se tornou professora em pós-graduação e palestrante nacional e internacional em natação para bebês e crianças em 13 países: Argentina, Austrália, Colômbia, Cuba, Espanha, Estados Unidos, Inglaterra, Grécia, México, Panamá, Portugal, República Tcheca e Uruguay.
Participação em poster no Canada sobre Segurança Aquática e em Painel Internacional de Experts em Singapura. É cofundadora e Diretora Técnica do INATI - Instituto de Natação Infantil. Foi a cofundadora e Diretora Técnica do Congresso Brasileiro de Natação infantil. Também foi Acadêmica Fundadora da ABPNI (Academia Brasileira de Profissionais de Natação Infantil). É uma das representantes do Brasil na AIDEA (Associação Ibero-americana de Educação Aquática Especial e Hidroterapia) – Espanha. Foi Sócia e Diretora Técnica da Academia Via Esporte por 25 anos.
Recebeu os prêmios Buenas Práticas Inclusivas outorgado pela Asociación Mundial de Educación Especial – Cuba e Medalha da Educação Física 2019 do Conselho Regional de Educação Física de São Paulo.
Devido a uma asma que perseguia meu irmão mais velho Rubens, os meus pais matricularam todos os filhos nas aulas de natação do Clube Náutico Mogiano na cidade de Mogi das Cruzes a 50 quilômetros de São Paulo. Após dois anos a asma do Rubens não existia mais e continuamos a treinar no clube. Nunca fui um grande nadador, porem, fui um grande observador e que muito me auxiliou como professor e técnico de natação. Gostava de nadar o peito e a melhor colocação foi um terceiro lugar no Torneio de Novos da Federação Paulista de Natação, atualmente Federação Aquática Paulista. Após alguns anos em 1971 fui terceiro colocado na prova dos 1.500 metros nado livre no Campeonato Brasileiro Universitário realizado em Porto Alegre – Rio Grande do Sul.
Nos anos 60 os clubes do Rio de Janeiro liderados pelos técnicos de natação, dentre eles, Roberto de Carvalho Pavel, Denir de Freitas e Romulo Arantes, criaram um sistema organizado de aulas de natação denominado de: “Aprenda a nadar em 30 dias”, baseado em dois objetivos, melhorar os salários dos técnicos e aumentar a quantidade de nadadores nas equipes competitivas. Como resultado desta sistematização os objetivos foram alcançados e a natação carioca conseguiu vencer os principais campeonatos durante décadas, assim como a melhora dos salários. Com a transferência da arrecadação dos técnicos para os clubes, alguns anos após a criação do sistema, os técnicos cariocas tiveram os seus salários defasados. Muitos clubes copiaram a sistematização da aprendizagem da natação, principalmente os do interior do estado de São Paulo, aumentando consideravelmente a quantidade dos nadadores. O principal problema na época era os técnicos conseguirem professores para trabalhar, devido as poucas faculdades de educação física, na época USP de São Paulo e a Federal de São Carlos, onde os formandos preferiam ministrar aulas na rede pública. A alternativa dos técnicos foi a utilização dos seus próprios nadadores para ministrarem as aulas e eu fiz parte deste processo.
Em 1967, com 16 anos de idade e treinando natação fui convidado para ministrar aulas de natação no Clube Náutico Mogiano. Cheguei em casa numa quarta-feira a noite e fui logo comentando com o meu pai da novidade, por dentro meu pai deve ter dado muita risada, porem como meu pai era sábio, me aconselhou, desde a primeira aula, a motivar os meus alunos, e este conselho eu pratico até hoje.
Em 1971 entrei na FEFIS, Faculdade de Educação Física de Santos, a primeira Faculdade de Educação Física particular do Brasil onde tive o prazer de me formar em 1973 na mesma turma que o Pelé – Edson Arantes do Nascimento – e o Emerson Leão, ambos, jogadores de futebol, campeões da Copa do Mundo de 1.970.No primeiro semestre viajava diariamente de Mogi das Cruzes para Santos, quatro horas ida e volta; no segundo semestre morei em Santos e ministrava aulas de ginástica na praia auxiliando os meus estudos. Em dezembro de 1971 fui contratado por três meses para ministrar aulas de natação em São Paulo no Clube Atlético Juventus. Antes de finalizar o contrato fui convidado como técnico de natação, substituindo o Prof. Gabino Alarcon que acumulava os cargos de técnico de Saltos Ornamentais e o de Natação. Conclui o curso técnico de natação em 1973 o que equivale nos dias de hoje a pós-graduação Latu-Sensu. Quando finalizei o curso de Educação Física entrei na Faculdade de Psicologia da Universidade Metodista localizada em Rudge Ramos, São Bernardo do Campo, fato esse que muito me auxiliou na base da pedagogia da natação e nos treinos.
Em 1974 com a melhora dos nadadores do Juventus fui sondado por alguns clubes, dentre eles o Esporte Clube Pinheiros. Lembro que no início do trabalho no Juventus em 1972 a equipe se constituía de 20 nadadores nas várias categorias e quando sai em março de 2014 eram aproximadamente 100 nadadores demonstrando claramente deste o início a tendência de treinar clubes com equipes completas e não ser técnico de apenas um atleta.
No início dos anos 70 com a massificação da natação de São Paulo surgiu a ATENESP – Associação de Técnicos de Natação do Estado de São Paulo – uma adaptação da ASCA – American Swiming Coach Association Associação Americana de Técnicos de Natação – a qual fui membro vários anos sob a presidência do Prof. David Camargo.
No dia 19 de março de 1974 iniciei no Esporte Clube Pinheiros fui, a convite do técnico Ilson Pinto Asturiano, como professor das turmas de aperfeiçoamento e técnico das equipes mirim, petiz e infantil. Como cursava psicologia pela manhã, trabalhava somente no período da tarde e no próximo ano assumi as equipes nos períodos da manhã e tarde. Neste primeiro ano de Pinheiros ocorreu um fato importante, dois atletas, recém saído do curso de aperfeiçoamento, Gladis Anchieta e Luiz Francisco Carvalho 8 meses após o início sagraram-se campeões brasileiros e como consequência foram convocados para a seleção brasileira infanto-juvenil para o Campeonato Sul-americano realizado em Arica – Chile em 1975. Sagraram-se campeões sul-americanos.
Permaneci no Clube Pinheiros de 1974 a 1984, tendo o prazer de treinar vários atletas campeões no esporte e na vida, obtendo a graduação em Psicologia em 1979. Foram muitas emoções auxiliando o técnico Asturiano a vencer o Troféu Brasil em Belo Horizonte e depois como técnico principal vencer o Troféu Brasil em São Paulo e algumas edições do Troféu José Finkel. Em 1983 inauguramos a piscina de 50 metros coberta do Pinheiros – um grande sonho.
Com a inauguração da piscina olímpica em 1983 reuni os nadadores em janeiro de 1984 e estabeleci a meta de vencermos o Troféu José Finkel, brasileiro absoluto de inverno, pela primeira vez no Pinheiros. No primeiro dia de treino da temporada anotei os dias que faltavam para o evento e escrevi “ faltam 148 dias para nos tornarmos campeões brasileiros” e a cada dia diminuía o placar.
Após divergências filosóficas com a diretoria fui dispensado do Pinheiros em maio de 1984 com 9 atletas disputando o sul-americano no Rio de Janeiro e um atleta convocado para a Olimpíada de Los Angeles – USA.,
Durante esses anos fui técnico da seleção brasileira infantil juvenil e Juniores nos sul-americanos em Lima, Peru – 1977; São Paulo – Brasil – 1979 e Medelin – Colombia, 1981 e nas seleções brasileiras absolutas nos sul-americanos de Buenos Ayres – 1980 e em La Paz – Bolivia – 1982 e Copas Latinas – Madrid – Espanha – 1980 e Lisboa – Portugal – 1982.
Neste período do Clube Pinheiros também ministrei aulas no curso de especialização em Natação das Faculdades Integradas de Guarulhos e por iniciativa do obstetra Dr. Maudy Anchieta iniciei as aulas de natação para gestantes. Outro fato importante nesta época foi a convivência com o Prof. Salvador Felizete quando nós estudávamos o construtivismo de Jean Piaget para aplicarmos nas aulas de natação.
Voltar a ministrar aulas de natação em junho de 1984 na Polé Natação – zona sul da cidade de São Paulo – foi um grande desafio, assim como ser um dos técnicos da equipe de natação do Clube de Regatas Vasco da Gama do Rio de Janeiro. Continuei residindo em São Paulo e treinando 05 nadadores.
Em fevereiro de 1985 assumi a equipe de natação do Clube Athlético Paulistano e após quatro anos, em 1988 fomos Campeões estaduais nas categorias juvenil e juniores.
Em março de 1988 realizei um grande sonho, o de ser proprietário de uma Escola de Natação – Dolphins – uma união entre eu, Cesar Lourenço (mineiro) e Adolfo de Luca.
Devido a um corte de militantes e uma ótima proposta do Clube Paineiras do Morumby sai do Paulistano e fui para o Clube Paineiras do Morumby, iniciando em fevereiro de 1989. O trabalho foi muito interessante, porem o curto tempo de trabalho, até fevereiro de 1991, foi pouco para mostrar o potencial do time, mesmo assim estávamos entre os seis melhores clubes do Brasil nas categorias juvenil, juniores e absoluto.
Durante a minha estada Clube Paineiras do Morumby fui convidado a ministrar aulas no curso de Educação Física das Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU. Fui técnico da seleção brasileira absoluta na Copa Latina em La Paz – baixa California – México em 1990
Retornei ao Paulistano em março de 1991 onde permaneci até 1993 com uma equipe menor, mas com grandes objetivos. Neste período tive o prazer de ser o técnico principal dos Jogos Pan-americanos de Havana – Cuba – 1991 e em março de 1994 assumi a equipe do Sport Club Corinhians Paulista. Iniciamos com dois nadadores federados e no final de 1996 com 190 nadadores, conquistando o titulo de Campeão Brasileiro de Inverno nas categorias Juvenil e Senior, quebrando um jejum de 26 anos sem a conquista de títulos brasileiros.
No final de 1996 com uma equipe de base muito bem formada lancei um desafio para o time e para a Diretoria do Corinthians, ser campeão no Troféu Brasil de São Paulo em 1988, porem a problemas administrativos e filosóficos o clube não aceitou e acabei saindo do clube, contente pelo trabalho realizado mas triste em saber que poderíamos vencer e o clube não acreditou.
Em fevereiro de 1997 assumi a equipe do SERC – Santa Maria de São Caetano e 6 meses depois conquistamos o titulo de Campeão nos Jogos Regionais vencendo a imbatível equipe da Cidade de Santos e obtendo a terceira colocação no feminino. Apesar do bom trabalho e com a inauguração de uma excelente piscina de 25 metros, coberta e aquecida, no Parque Chico Mendes, fui dispensado ao final de 1997.
Em janeiro de 1998 assumi a equipe da Associação Esportiva São José onde fomos campeões na categoria feminina dos Jogos Regionais e Abertos do Estado de São Paulo.
Em janeiro de 1999 fui convidado a fazer parte do Polo de São Paulo do Clube de Regatas Vasco da Gama, infelizmente meu último trabalho como técnico de natação, finalizado em dezembro de 2001 . Foi uma ótima experiência, onde tive a oportunidade de participar de várias edições da Copa do Mundo de Natação, Berlim, Estocolmo, Paris, College Station USA e Edmonton , Canadá e dos Jogos Pan-americanos de Winnipeg Canadá, além da conquista de Campeonatos estaduais e brasileiros, juvenil, juniores, sênior e absoluto.
O tempo dedicado a natação competitiva foi transferido para outras áreas como a escola de natação, aulas na graduação e pós-graduação da FMU, Gama Filho e posteriormente Estácio. Assumi em 1994 a coordenação do curso de pós-graduação de Natação e Atividades Aquáticas na FMU de São Paulo e em 2001 na Gama Filho e em 2012 na Estácio, ambas com sede no Rio de Janeiro. Em 2000 foi constituída a empresa WA – Eventos e Promoções Esportivas Ltda, tendo como sócio o professor Alberto Bernardo Klar, companheiro em várias seleções brasileiras e nas aulas da FMU.
Em 2001 fui convidado pelo nadador olímpico Gustavo Borges a editar um vídeo sobre a técnica do nado crawl. Em 2002 a elaborar a pedagogia da natação formativa da sua Escola de Natação em Curitiba junto com as professoras Katia e Silvia, o mesmo acontecendo com a unidade de São Paulo e de criar com o Gustavo e colaboradores a MGB – Metodologia de Natação Gustavo Borges.
Entre 2009 e 2015 fui conselheiro do GREF 4 – Conselho Regional de Educação Física.
Em 2013 fui convidado a ser membro da Academia Brasileira de Profissionais da Natação Infantil.
Atualmente, janeiro de 2016, realizo as seguintes atividades:
Professor de Graduação e Pós-graduação ds Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU – SP;
Professor de Pós-graduação da Universidade Estácio de Sá – RJ;
Supervisor pedagógico da MGB – Metodologia Gustavo Borges de Natação;
Proprietário da Dolphins Academia de Natação e Fitness – SP;
Proprietário da WA – Eventos e Promoções Esportivas;
Comentarista de Natação da ESPN Brasil.
Coordenador de Natação dos cursos da Fitness Brasil – SP
Palestrante convidado nos Congressos JOPEF – FIEP – ENAF – INATI
Membro da ABNI – Academia Brasileira de Profissionais da Natação Infantil.
-Doutora em Psicologia Social pela UERJ (2018);
- Mestre em Ciência da Motricidade Humana pela UCB (2005);
- Especialista em Psicomotricidade pela UCAM (2001);
- Formação em Psicanálise pela Sociedade Psicanalítica Freudiana do Rio de Janeiro (2013);
- Formação na Prática Psicomotora Bernard Aucouturier pelo Néctar (2011);
- Graduação em Educação Física pela UFRJ (2000);
- Líder do Laboratório de Estudos da Criança - LABESCRI®;
-Coordenadora e Professora da Universidade Estácio de Sá Sulacap dos cursos de Educação Física e Fisioterapia;
- Coordenadora da Pós Graduação Lato Sensu em Psicomotricidade e da Pós Graduação Lato Sensu em Neurociência, Desenvolvimento Infantil e Aprendizagem na UNISAUDE EDUCACIONAL;
-Autora do livro Bebê Aquático (Editora Appris);
- Coordenadora Pedagógica e Sócia da Rede BABY GYM.
• Pós-Graduação na Especialização Natação e Polo-Aquático – Univ. do Brasil – 1961;
• Agraciado pelo Conselho de Líderes e Especialistas dos Estados Unidos da América com uma bolsa de estudos sobre Desportos Aquáticos – USA, 1967;
• Pós-Graduação, Metodologia do Ensino Superior – PUC – CAPES – Rio, 1975;
• Pós-Graduação na Especialização Treinamento de Alto-Nível – ICECFL- Moscou, 1991;
• Doutor Livre Docente em Educação Física – Área Natação – UGF, 1992;
• Introdutor do Nado Golfinho no Brasil no ano de 1953;
• Primeiro colocado em concursos públicos – Prof. Estado do Rio de Janeiro, Mestrado UFRJ, e livre Docência UGF;
• Sócio-Fundador, primeiro Presidente da ABTDA (Associação Brasileira de Técnicos de Desportos Aquáticos) e Presidente por 5 gestões;
• Primeiro Técnico Penta-Campeão Brasileiro de Natação pelo Clube Botafogo Futebol e Regatas e Primeiro Tri-Campeão do Troféu José Finkel de Natação;
• Técnico Responsável pela equipe Brasileira – Tri-Campeã de Copas Latinas;
• Técnico de equipes nacionais em Sul-Americanos, Pan-Americanos, Universíades, Mundiais e Olimpíadas;
• Técnico de Natação Masters em competições nacionais e internacionais;
• Criador, em parceria com Dr. Claudio Gil Soares de Araújo, de “FLEXITEST” e do “SPEED-TEST”;
• Prof. de Pós Graduação em Medicina Desportiva da Escola de Educação Física da Universidade do Brasil (UFRJ);
• Prof. da Pós Graduação (Medicina Desportiva) – UNESA/CLINIMEX;
• Prof. da disciplina Natação e nos cursos de Pós-Graduação da Faculdade Oswaldo Aranha (FOA) – 1972 a 1980;
• Prof. de Natação I e II e Hidroginástica da UGF em cursos de graduação (1975 a 2008) e Pós Graduação (1980 a 2013);
• Prof. de Natação e Atividades Aquáticas da FMU em cursos de Pós Graduação desde 1998;
• Prof. de Fundamentos Aquáticos, Hidroginástica, Natação – UNESA (1994 a 2008);
• Prof. do Curso de Pós Graduação em Atividades Aquáticas da Universidade Estácio de Sá desde 2008;
• Prof. de Pós Graduação em Atividades Aquáticas da UNISAÚDE (atual);
• Prof. e Coordenador de dezenas de cursos de Pós Graduação em Natação, Atividades Aquáticas e Hidroginástica em diversas Universidades do Brasil;
• Prof. em centenas de cursos de Atualização, Conferências, Palestras, Simpósios, Congressos, etc. – nacionais e internacionais;
• Prof. convidado em diversas bancas de Mestrado, Doutorado, e Concursos Públicos;
• Medalha do Mérito Desportivo concedida pelo Presidente da República Federativa do Brasil;
• Medalha do Mérito Desportivo concedida pela Câmara dos Veradores da cidade do Rio de Janeiro;
• Prof. em Cursos de atualização em atividades aquáticas do bebê ao compeão, hidroginástica e flexibilidade em todo o território nacional por mais de 60 anos.